O (DES)CONHECIMENTO DA BIODIVERSIDADE: UMA REVISÃO SOBRE LACUNAS, LIMITAÇÕES, VIESES, DÉFICITS E RUÍDOS

O (des)conhecimento da biodiversidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4257/oeco.2024.2803.01

Resumo

A partir dos avanços das ferramentas de bioinformática e ecoinformática tornou-se viável usar grandes quantidades de informação sobre biodiversidade para descrever padrões biológicos e tentar avaliar os processos ecológicos e evolutivos subjacentes a eles, bem como estabelecer ações mais efetivas e abrangentes para conservá-la. Contudo, as informações existentes acerca da biodiversidade ainda são incompletas, possuindo lacunas, limitações, vieses, déficits e ruídos. Neste sentido, reconhecemos a necessidade de discutir problemáticas relacionadas ao uso dos grandes bancos de dados de biodiversidade e a sua qualidade, discussões estas que precisam ser conceitualizadas de forma mais estruturada. Neste texto, iremos descrever de forma sistematizada as lacunas, limitações, e vieses do conhecimento da biodiversidade, problemas que estão diretamente associados à obtenção e coleta de informações das espécies na natureza. Seguidamente, delimitaremos os tipos de déficits e ruídos, que são problemas associados aos bancos de dados da biodiversidade. Isso se deve ao fato de que as informações presentes nos registros primários e nos grandes bancos de dados têm sido usadas de forma inadequada. Além disso, apontamos também perspectivas futuras sobre como abordar essas deficiências em trabalhos ecológicos/biogeográficos, por meio de uma adequada curadoria dos bancos de dados e da construção de mapas de ignorância. Por fim, destacamos desafios futuros, como a necessidade de novas coletas de dados, a formação de novos taxonomistas e o fornecimento de subsídios financeiros para a infraestrutura e a digitalização das coleções biológicas.

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Publicado

2024-09-13

Edição

Seção

Artigo de Revisão