LEVANTAMENTO DE MAMÍFEROS NÃO-VOADORES DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMI DECIDUAL NO PARQUE ESTADUAL MATA SÃO FRANCISCO
Survey of Non-Flying Mammals in Oecologia Australis
Resumo
A Floresta Atlântica é o bioma florestal de alta diversidade devido à sua grande variação geográfica. O grupo dos mamíferos são altamente suscetíveis à fragmentação e por isso, levantamentos de mamíferos em fragmentos deste bioma são essenciais para a conservação, pois fornecem dados críticos sobre a biodiversidade, ajudando na proteção e manejo das espécies e seus habitats. Para avaliar a riqueza de mamíferos não-voadores na Unidade de Conservação Parque Estadual Mata São Francisco foram utilizadas metodologias de visualização direta e armadilhas fotográficas. O estudo foi iniciado no início de 2022 e finalizado em setembro de 2023. Foram registradas 24 espécies nativas e duas espécies exóticas. Foram registradas quatro espécies vulneráveis à extinção: Herpailurus yagouaroundi, Leopardus guttulus, Leopardus wiedii, Alouatta guariba clamitan. Uma questão preocupante foi que a maior frequência de registros foi uma espécie exótica: Sus scrofa (37%) seguido das espécies nativas: Dicotyles tajacu (18%), Didelphis albiventris e Nasua nasua (ambos com ~7%). Os registros no Parque Estadual Floresta São Francisco representam 10,9% da mastofauna não-voadora da Mata Atlântica com registros importantes para a região (destaque para Dicotyles tajacu que nunca havia sido registrado no fragmento), com destaque negativo para a alta presença de uma espécie exótica e invasora (Sus scrofa), o que pode estar causando um impacto para a Biodiversidade local e do fragmento. O estudou contribuiu para demonstrar que o fragmento é de extrema importância para manutenção da Biodiversidade de mamíferos não-voadores do Bioma Floresta Atlântica.