ADAPTAÇÕES DE INSETOS A MUDANÇAS NO AMBlENTE: ECOLOGIA E EVOLUÇAO DA DIAPAUSA

Autores

  • R. P. Martins Universidade
  • M. S. Barbeitos Universidade

Resumo

As adaptações de insetos a mudanças ambientais dividem-se em sazonais e asazonais. As primeiras são diapausa, migração sazonal, polifenismo e alteração da razão sexual. As segundas são quiescência, migração asazonal e polifenismo asazonal. A manifestação destas adaptações e disparada c controlada por um ou por combinações de sinais ambientais (token-stimuli) que atuam em diferentes fases do processo. Estes sinais são precursores de modificações ambientais adversas, que podem ser estocásticas ou suceder regularmente em ciclos de durações diversas No caso de adaptações sazonais, estes sinais são cíclicos, e as adaptações se manifestam periodicamente. Adaptações asazonais respondem a sinais estocásticos. Diapausa e quiescência são tipos de dormência, e consistem na supressão metabólica de algum estagio de desenvolvimento ou da vida adulta do inseto. Migrações são deslocamentos populacionais entre diferentes regiões. Polifenismos são modificações morfo-fisiológicas adaptativas Finalmente, a alteração da razão sexual con­siste no controle do sexo da prole, com o objetivo de aumentar o fitness do individuo parental. A diapausa e talvez 0 tipo de adaptação a mudanças ambientais mais comumente encontrada em insetos. Evidencias empírica sugerem que ela funciona como fator de dispersão de risco para a prole e para populações naturais e como um mecanismo de sincronização entre as populações e os recursos que estas utilizam. Apesar de suas origens evolutivas relativamente obscuras, tem sido também apontada como urna das causas da evolução de especialização, filopatria c sucessão. Sendo assim, a diapausa parece ter uma grande importância ecológica na dinâmica de populações de diversas espécies de insetos e organismos associados.

Publicado

2010-05-29