COALIZÕES E ETNOCENTRISMO: O PONTO DE VISTA DA PSICOLOGIA EVOLUCIONISTA

Autores

  • Maria Emília Yamamoto Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Fívia de Araújo Lopes Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Palavras-chave:

Psicologia Evolucionista, etnocentrismo, cooperação, coesão de grupos.

Resumo

A teoria da evolução através da seleção natural deixou, recentemente, os domínios exclusivos da biologia, e dá suporte a argumentos em áreas tão variadas quanto a psicologia, a economia, as ciências sociais e a filosofia. Uma das abordagens que tem se destacado quanto ao estudo do comportamento humano utilizando a teoria da evolução como referencial teórico é a Psicologia Evolucionista, que compreende o funcionamento da mente humana através de mecanismos psicológicos evoluídos, que seriam características universais de nossa espécie, evocativos do ambiente ancestral no qual ela evoluiu. Um desses mecanismos é o etnocentrismo (favorecimento de seu próprio grupo e a indiferença ou hostilidade em relação a grupos externos), existente em todas as culturas. Dentre as pistas que podem ser utilizadas como marcadores de pertinência a um grupo estão incluídas a raça e a religião. Em um estudo empírico observamos que a religião de fato cumpre este papel, da mesma forma que a ausência de crença religiosa pode cumprir a mesma função. Estudos com abordagem evolutiva têm sinalizado, de forma consistente, a existência de padrões universais de comportamento em nossa espécie. Esses padrões são modulados pelo ambiente físico e social. As escolhas do alvo de nossa cooperação estão permeadas de uma noção clara de etnocentrismo. No entanto, em algumas circunstâncias os marcadores de grupo perdem consideravelmente sua força, sugerindo que categorias raciais, étnicas ou religiosas  constituem um subproduto desses mecanismos de identificação de alianças e podem ser facilmente erradicadas.

Publicado

2009-12-06