MACROALGAS MARINHAS EXÓTICAS NA COSTA BRASILEIRA: UMA REVISÃO

Autores

  • Beatriz Nogueira Torrano da Silva Universidade de São Paulo (USP)
  • Carlos Eduardo Amancio Universidade de São Paulo (USP)
  • Eurico Cabral de Oliveira Filho Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Palavras-chave:

Introdução de algas, aquicultura, espécies invasoras, espécies criptogênicas.

Resumo

A preocupação com a introdução de organismos exóticos é recente no país, especialmente no que diz respeito às algas. As primeiras publicações a tratarem de algas exóticas no Brasil tiveram como foco a introdução de espécies de interesse comercial, visando à maricultura, enquanto que publicações mais recentes abordaram introduções involuntárias. Nosso trabalho resume o que se sabe sobre a presença de espécies de macroalgas não-nativas na costa brasileira, enfatizando as dificuldades inerentes ao processo de reconhecer uma espécie como tal.  Kappaphycus alvarezii e K. striatum são as únicas espécies introduzidas oficialmente no país visando a produção de matéria prima para obtenção de carragenanas. Caulerpa scalpelliformis, uma espécie que está presente em larga faixa da costa nordeste do país, parece ter chegado recentemente na Ilha Grande (RJ), onde vem se comportando como espécie invasora, a única que poderia ser catalogada nesta categoria até o momento. Outra espécie que parece ter chegado recentemente na mesma região é Laurencia caduciramulosa, registrada pela primeira vez em 2001. Além destas existem algumas evidências de que Anotrichium yagii e Dasya brasiliensis, atualmente conspícuas e comuns, mas não registradas em trabalhos pretéritos, tenham chegado ao Brasil nas últimas décadas. Casos semelhantes são os de Cladophora corallicola, Laurencia venusta, Pedobesia ryukyuensis, Porphyra leucosticta, Porphyra rizzinii e Porphyra suborbiculata, todas registradas há pouco tempo mas não necessariamente exóticas, pelo fato de serem inconspícuas e de difícil determinação.

Publicado

2010-06-30