OS ISÓPODOS TERRESTRES SÃO BOAS FERRAMENTAS PARA MONITORAR E RESTAURAR ÁREAS IMPACTADAS POR METAIS PESADOS NO BRASIL?
Palavras-chave:
Bioindicadores, detritívoros, fauna de solo, fitorremediação, metais pesados, restauração ecológica.Resumo
A Ecologia da Restauração é uma disciplina que estuda a restauração de ecossistemas degradados e busca um manejo integrado de seus recursos. Ela tem se destacado como promissora solução em longo prazo para reconstituir a paisagem e devolver a funcionalidade desses ambientes. Através de ferramentas como a fitorremediação, a Ecologia da Restauração busca também amenizar ou eliminar os efeitos negativos de contaminantes em áreas poluídas. Pelo seu caráter aplicado e experimental, as iniciativas de restauração necessitam de um biomonitoramento de curto e longo prazo e para tanto é indispensável o conhecimento sobre organismos bioindicadores. Por serem macroinvertebrados detritívoros abundantes e que podem bioacumular grandes quantidades de metais pesados, os isópodos terrestres são amplamente utilizados como modelos em ecotoxicologia terrestre e portanto têm grande potencial para utilização como biomonitores na fitoremediação de áreas contaminadas. No Brasil, o conhecimento atual sobre biologia, ecologia e distribuição de espécies nativas é ainda muito incipiente, mas permite indicar duas espécies com grande potencial para serem utilizadas como bioindicadoras. Atlantoscia floridana (Philosciidae) e Balloniscus sellowii (Balloniscidae) apresentam ampla distribuição geográfica no Brasil e possuem boa capacidade de colonização de hábitats alterados. No futuro, com um maior conhecimento sobre a fisiologia dessas duas espécies, o uso aliado da fitorremediação e de isópodos terrestres como biomonitores pode aumentar o sucesso dos projetos de restauração ecológica em áreas contaminadas por metais pesados.