UMA REVISÃO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DO RATO D'ÁGUA NECTOMYS SQUAMIPES NA DINÂMICA DE TRANSMISSÃO DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA: UM ESTUDO MULTIDISCIPLINAR DE LONGO PRAZO EM UMA ÁREA ENDÊMICA

Autores

  • Rosana Gentile Fundação Oswaldo Cruz
  • Sócrates Fraga Costa-Neto Fundação Oswaldo Cruz
  • Paulo Sérgio D'Andrea Fundação Oswaldo Cruz

Palavras-chave:

Roedores, Schistosoma mansoni, reservatório silvestre.

Resumo

Os roedores dos gêneros Nectomys e Holochilus são os principais mamíferos a serem considerados como potenciais reservatórios silvestres do Schistosoma mansoni, sendo freqüentemente encontrados infectados na natureza em áreas endêmicas da esquistossomose. Além disso, diversos estudos de campo e em laboratório mostraram serem estes bons modelos alternativos para o estudo da infecção experimental por S. mansoni. Para se compreender a participação do rato d'água Nectomys squamipes na transmissão da esquistossomose, foi desenvolvido um projeto multidisciplinar no Município de Sumidouro, Estado do Rio de Janeiro, durante quinze anos. Este projeto envolveu aspectos ecológicos do roedor Nectomys squamipes, aspectos parasitológicos, estudos sobre o hospedeiro intermediário Biomphalaria glabrata, monitoramento seguido de tratamento das infecções na população humana local e atividades de educação em saúde. Com base neste programa, foi estabelecida uma série de critérios para caracterizar o N. squamipes como um hospedeiro -- reservatório do S. mansoni. Os resultados mostraram que o roedor pode potencializar a transmissão da esquistossomose nas áreas endêmicas e ser utilizado como indicador biológico dos sítios de transmissão deste parasita. N. squamipes apresentou diferentes graus de importância na dinâmica de transmissão do ciclo de infecção do S. mansoni em cada área estudada. Desta forma, a presença destes roedores nas áreas endêmicas deve sempre ser considerada nos programas de controle da esquistossomose.

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Publicado

2010-09-17