BACK TO THE BASICS: THE DYNAMIC OF INFECTIOUS DISEASES IN CONTEXT

Autores

  • Francisco Inácio Bastos Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)

Palavras-chave:

Ecology, infectious diseases epidemiology, philosophy of biology, molecular biology.

Resumo

DE VOLTA AOS FUNDAMENTOS: A DINÂMICA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS NO SEU CONTEXTO.  A epidemiologia das doenças infecciosas compartilha com a ecologia teórica e empírica a análise integrada da dinâmica de diferentes populações de hospedeiros-patógenos ou presas-predadores-parasitas em contexto, ou seja, como parte de uma vasta rede de interações, redes estas com a dupla natureza de transferência de matéria/energia e sucesso reprodutivo diferencial. Estas dinâmicas se influenciam mutuamente, mas não podem ser automaticamente superpostas uma à outra. A partir da década de 1950, e, especialmente, a partir dos anos 1990, essas análises vêm sendo integradas a análises de fenômenos que têm lugar em um nível micro, o que inclui as dinâmicas das estruturas e redes genômicas e pós-genômicas. Com discutido em detalhe no presente artigo, as perspectivas reducionistas tanto no campo da biologia molecular, como da biologia evolucionista foram instrumentais para o progresso dessas disciplinas na década de 1960 e contribuíram para a adequada compreensão de uma série de fenômenos simples. Contudo, progressos notáveis têm sido feitos no âmbito da biologia molecular, biomatemática e computação, o que faz desses modelos hipersimplificados não apenas falsos em termos de uma compreensão acurada da biologia, mas prejudiciais à avaliação e análise de fenômenos complexos, como a dinâmica do câncer ou a emergência e transmissão de cepas resistentes em ambientes sob pressão antrópica. Visões alternativas existem, ao menos desde o final da década de 1980, como nas propostas de autores como David Hull, e, mais recentemente, de Eva Jablonka e seus colaboradores, entre outros, e devem ser exploradas em detalhe de movo a avançarmos para além do paradigma exclusivamente centrado nos genes. A assim denominada “genética do saco de feijões”, não apenas é hoje desnecessária, como vem funcionando como um obstáculo ao progresso da biologia evolucionista, epidemiologia e da própria biologia molecular. A despeito da enorme popularidade dessas perspectivas simplistas entre o público leigo, aqueles que trabalham na vanguarda da biologia deveriam tentar ser tão precisos em seu trabalho empírico, como consistentes no uso de conceitos e na formulação de programas abrangentes de pesquisa.

Palavras-chave: Ecologia; epidemiologia das doenças infecciosas; filosofia da biologia; biologia molecular.

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Publicado

2010-09-17