DECOMPOSIÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA ALÓCTONE E AUTÓCTONE EM ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS
Palavras-chave:
decomposição, matéria orgânica alóctone, matéria orgânica autóctone, coeficientes de decaimentoResumo
Existem duas fontes de detritos para os ecossistemas aquáticos lóticos e lênticos: alóctone, composta principalmente por folhas provindas da vegetação ripária e autóctone, onde se destacam as macrófitas aquáticas. A decomposição desse material é caracterizada por três fases distintas e simultâneas: (i) lixiviação, (ii) condicionamento e (iii) fragmentação. Uma forma de sintetizar todo esse processo para que se permita a comparação dos dados é o cálculo do coeficiente de decaimento. Através da compilação e classificação de vários coeficientes de decaimentos de folhas da mata ripária e macrófitas aquáticas obtidos por diversos autores durante estudos da decomposição nos ecossistemas aquáticos, foi possível observar que: (i) não houve diferença entre os coeficientes médios de decomposição dos materiais alóctones e autóctones, tendo ambos decaídos com velocidade rápida, com tempo de meia vida de 164,5 dias; (ii) as macrófitas de hábito emergente e flutuantes não apresentaram grandes variações, tendo decaído a uma velocidade média, apresentado um tempo médio de meia vida de 254 dias. Entretanto, as macrófitas submersas apresentaram decomposição rápida, com tempo médio de meia vida aproximadamente três vezes inferior (88 dias), o que se deve ao maior teor de compostos solúveis e menor quantidade dos tecidos rígidos de sustentação apresentados pelas macrófitas com esse hábito. Contudo, muitos são os fatores que afetam a velocidade de decaimento da matéria orgânica, sejam eles físicos, químicos, biológicos ou metodológicos, e as classificações não devem ser utilizadas de forma indiscriminada, devendo-se levar em consideração todos os aspectos envolvidos no processo.