PARASITISMO POR ÁCAROS Eutrombicula alfredugesi (TRPOMBICULIDAE) EM DUAS ESPÉCIES SIMPÁTRICAS DE Mabuya(SAURIA: SCINCIDAE): O EFEITO DO HABITAT NA PREVALÊNCIA E INTENSIDADE PARASITÁRIA

Autores

  • M Cunha-Barros Universidade Federal
  • Carlos Frederico Duarte da Rocha Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Mabuya, parasitismo, ANCOVA

Resumo

Este estudo compara os padrões gerais do ectoparasitismo pelas larvas do acaro Eutrombicula alfredugesi (TROMBICULIDAE) em 98 indivíduos de duas espécies de lagartos do gênero Mabuya (26 M. agilis e  72 M. macrorhyntha) simpátricas na Restinga da Barra de Marica, que diferem acentuadamente nas formas de utilização de microhabitat. Foi a avaliada a prevalência e a intensidade parasitária do ácaro nas duas espécies, examinados os microhabitat preferenciais do ácaro no corpo do lagarto, o efeito do tamanho e do sexo das espécies na prevalência e a intensidade parasitária. A axila anterior foi registrada como a região de maior intensidade parasitária nos lagartos. Os dados mostraram que a intensidade parasitária de M. agilis foi significativamente superior a de M. macrorhyntha (ANCOVA F=13,19, P > 0,001). A relação entre a intensidade parasitária e o tamanho rostro-anal dos lagartos não foi significativo para ambas as espécies (M. agilis,  r = 0,15, P = 0,463 e M. macrorhyntha, r = 0,002, P = 0,986), indicando que para cada espécie, os lagartos jovens e adultos são infectados em proporções similares, independentes do tamanho que possuem. A distribuição mensal da prevalência do ácaro não diferiu significativamente entre as espécies ( teste de Kolmogorov--Smirnov, Dmax = 0,0214, P = 0,679), mostrando que a variação na prevalência do ácaro ao longo do ano e similar nas duas espécies de lagarto. Isto indica que a cada mês uma proporção similar de indivíduos em cada espécie estão infectados. Por outro lado, a intensidade parasitária diferiu acentuadamente entre as duas espécies de lagartos, sendo maior em M. agilis. M. agilis utiliza preferencialmente o nível do solo, onde os ácaros adultos estão, enquanto M. macrorhyntha, utiliza preferencialmente bromélias. Os dados sugerem que as diferenças na intensidade parasitária entre as espécies de lagartos provavelmente resultam de seus padrões diferenciados de utilização de microhabitats.

Publicado

2017-02-20