FRAGMENTAÇÃO DE HABITATS: IMPLICAÇÕES PARA CONSERVAÇÃO in situ
Palavras-chave:
fragmentos de mata, unidades de conservação, conservação in situResumo
A fragmentação de ecossistemas é um dos problemas cruciais em conservação no Brasil. Exame de uma amostra de 393 unidades de conservação indica uma predominância de unidades pequenas e, em subamostra de 46 unidades, perímetros relativamente curtos em relação à área. A análise de equilíbrio área-tamanho populacional usando alometria da densidade em mamíferos focais herbívoros e carnívoros-onívoros, abrangendo quatro ordens de magnitude de massa corporal, indica que mamíferos grandes com ambas dietas teriam um número pequeno de populações efetivas viáveis, pequenos efetivos totais da espécie, grau relativamente elevado de endogamia e perda acentuada de heterozigose após 100 gerações. Simulações de populações com até 40 indivíduos, sujeitas à estocasticidade ambiental e demográfica sugerem que a probabilidade de extinção seria positivamente correlacionada ao coeficiente de variação espacial do tamanho de populações isoladas. Simulações de fragmentação de cenários futuros de conservação in situ, envolvendo aumento do número e/ou áreas das unidades de conservação, sugerem que padrões reais de criação e fragmentação de unidades de conservação poderiam induzir comportamento complexo de índices de persistência temporal como tamanho e número de populações viáveis e efetivo total da espécie focal. A relação entre a magnitude da probabilidade de extinção e o tamanho da população é mais importante do que o número e a área dos fragmentos insularizados per se na probabilidade de extinção. Sugere-se que a teoria de metapopulações possa vir a ter um papel relevante na conservação in situ considerando-se unidades de conservação como um conjunto.