BIOACUMULAÇÃO DE CIANOTOXINAS E SEUS EFEITO SEM ORGANISMOS AQUÁTICOS
Palavras-chave:
Cianobactérias, cianotoxinas, bioacumulação, detoxificação, organismos aquáticos.Resumo
As cianobactérias são procariotos fotossintéticos que têm ampla distribuição geográfica e habitam os mais diferentes ecossistemas. Como característica peculiar, produzem alguns metabólitos secundários denominados de cianotoxinas. As cianotoxinas dividem-se em três classes principais: as hepatotoxinas, as dermatotoxinas e as neurotoxinas. Muitos estudos têm demonstrado que as cianobactérias e suas toxinas exercem efeitos deletérios para vários organismos aquáticos, como efeitos agudos (i.e. redução na sobrevivência e inibição da taxa de ingestão, paralisia) e crônicos (i.e. redução no crescimento e fecundidade). Efeitos bioquímicos, como alteração na atividade de enzimas fosfatases, GST, AChE, e proteases, além de efeitos comportamentais também têm sido descritos. Como o alvo principal destas toxinas parece ser o zooplâncton herbívoro, muitas pesquisas têm enfocado este elo como principal rota das cianotoxinas, mostrando inclusive o seu potencial de bioacumulação na cadeia alimentar. No entanto, a grande variabilidade encontrada nos resultados dos estudos de bioacumulação tem levado à conclusões equivocadas. Apesar da inequívoca evidência de efeitos deletérios das cianobactérias e suas toxinas, a resistência de algumas espécies de zooplâncton e a ausência de efeito de microcistina sobre Daphnia em alguns estudos têm levado ao questionamento do papel desta toxina como mecanismo químico de defesa contra a herbivoria do zooplâncton. Deste modo, mais estudos são necessários para esclarecer o papel das cianotoxinas sobre organismos aquáticos. Este trabalho tem como objetivo fazer uma ampla revisão sobre os estudos de bioacumulação e efeitos de cianotoxinas em organismos aquáticos, especialmente de água doce.
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Publicado
2017-02-20