FLORAÇÕES DE CIANOBACTÉRIAS TÓXICAS EM UMA LAGOA COSTEIRA HIPEREUTRÓFICA DO RIO DE JANEIRO/RJ (BRASIL) E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA SAÚDE HUMANA
Palavras-chave:
Lagoa costeira, eutrofização, cianobactérias, microcistinas.Resumo
A baixada de Jacarepaguá (RJ/Brasil) vem sofrendo há pelo menos quatro décadas um processo desordenado de ocupação urbana e industrial, o que tem se refletido em mudança na qualidade da água e na incidência de florações de cianobactérias no Complexo Lagunar de Jacarepaguá (CLJ). O presente estudo reuniu uma série de dados temporais objetivando avaliar a qualidade hídrica da Lagoa de Jacarepaguá (LJ) através do monitoramento físico (pH, transparência da água e temperatura), químico (salinidade, O.D. e clorofila a) e da comunidade planctônica. Foi também analisado a concentração de microcistinas no pescado comercializado na região. Os dados foram divididos em três períodos de acordo com os diferentes ciclos sazonais estudados: PI (ago/96 a set/97), PII (jan/99 a nov/99) e PIII (fev/07 a jan/08). Dominância de cianobactérias ocorreu na maior parte do tempo, intercalada por pulsos de maior diversidade fitoplanctônica, observados a partir de 1999 (PII e III). Esta diversidade foi representada pelas clorofíceas, diatomáceas, prasinoficeas e criptoficeas. Foi interessante notar que a dinâmica observada em 1999 tenha se repetido quase 10 anos depois, o que sugere uma tendência sazonal de estruturação da comunidade no CLJ. O desaparecimento da floração coincidiu com épocas de menores temperaturas, sugerindo ser esse um importante fator regulador da dinâmica observada. A LJ apresentou uma elevada abundância zooplanctônica, com baixa diversidade de espécies. Durante alguns meses, as concentrações de microcistinas encontradas nos músculos dos peixes estiveram acima dos valores recomendados pela OMS para consumo humano.Downloads
Publicado
2017-02-20