ANIMAL INVADERS IN SÃO PAULO STATE RESERVOIRS

Autores

  • Odete Rocha Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
  • Evaldo L. G. Espíndola Universidade de São Paulo - USP
  • Arnola Cecília Rietzler Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
  • Nelsy Fenerich-Verani Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
  • José Roberto Verani Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Palavras-chave:

Biological invasions, exotic fishes, exotic mollusks, reservoirs, invasive species

Resumo

ANIMAIS INVASORES NOS RESERVATÓRIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO. As águas doces enquandram-se entre os ecossistemas mais vulneráveis às invasões biológicas. Reservatórios construídos após a metade do último século no estado de São Paulo têm sido continuamente sujeitos à introdução e estabelecimento de espécies exóticas e alóctones. Neste trabalho nós apresentamos um breve histórico e o status atual de processos de invasão biológica recentes, alguns ainda em andamento, para ambos, invertebrados e vertebrados com ênfase na bacia do Rio Tietê. Entre as comunidades presentes nos reservatórios, o zooplâncton tem o menor número de espécies exóticas estabelecidas, com apenas 4 espécies: os cladóceros  Ceriodaphnia dubiae, Daphnia lumnholtzi,  o copépodo ciclopóide Mesocyclops ogunnus e o rotífero Kellikotia bostoniensis.   Entre as comunidades de macro-invertebrados, rápidos processos de invasão estão em andamento, por três espécies de moluscos, o bivalve asiático, Corbicula fluminea, o gástropodo africano-asiático, Melanoides tuberculata e o mexilhão dourado, Limnoperna fortunei, sendo este último motivo para grande preocupação. No entanto de longe, a comunidade mais afetada pela introdução de espécies alienígenas é a ictiofauna. Nos reservatórios dos Rios Tietê, Paranapanema e Rio Grande, os principais tributários da bacia do Alto Rio Paraná, a proporção relativa de espécies alienígenas varia aproximadamente entre 10 e 25% do número total de espécies. A maioria das introduções são decorrentes de atividades antrópicas, seja pela introdução local direta, o chamado peixamento, ou pelo escape acidental de instalações de piscicultura próximas. Algumas espécies têm efeitos profundos sobre a estrutura da comunidade de peixes, como ocorrido recentente na represa do Lobo (Broa) após a introdução do tucunaré, Cichla kelberi. As tilápias africanas Sarotherodon niloticus e Tilapia rendalli e a espécie alóctone Plagioscion squamosissimus se tornaram dominantes em muitos reservatórios do estado de São Paulo.  A interação complexa entre as invasões biológicas, a poluição da água e a eutrofização são a causa provável para a extinção de muitas espécies nativas que estão acontecendo em rios e cascatas de reservatórios do estado de São Paulo. Em curto prazo e em escala local, as ações de manejo são urgentemente necessárias para erradicar ou minimizar o impacto das espécies exóticas nos reservatórios, especialmente nos de menor tamanho, e em longo prazo e escalas maiores, estratégias educativas e legais são ferramentas essenciais para ambas, a prevenção de novas introduções e o manejo dos problemas já existentes.

Palavras-chave: Invasões biológicas; peixes exóticos; moluscos exóticos; reservatórios; espécies invasoras.

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Publicado

2017-02-20