CARGAS DE FÓSFORO TOTAL E MATERIAL EM SUSPENSÃO EM UM RESERVATÓRIO DO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO

Autores

  • Francisco Rafael Sousa Freitas Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Antônio Marozzi Righetto Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • José Luiz Attayde Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Palavras-chave:

Balanço hídrico, balanço de massa, eutrofização, reservatório, semi-árido.

Resumo

Os açudes do semi-árido brasileiro são reservatórios altamente vulneráveis à eutrofização e ao assoreamento, pois apresentam um elevado fator de envolvimento (área da bacia de drenagem/área do reservatório) e elevado tempo de residência da água, o que favorece a retenção dos nutrientes e sedimentos exportados de suas bacias de drenagem. No entanto, as cargas externas de nutrientes e sólidos em suspensão para os açudes bem como seus coeficientes de retenção são desconhecidas. Com o objetivo de quantificar as cargas de fósforo total e sólidos em suspensão exportadas da bacia hidrográfica do açude Cruzeta (RN) e descrever os padrões de variação temporal das concentrações de nutrientes, sólidos em suspensão e clorofila  a na água do açude, foram realizadas coletas quinzenais (n=26) em cinco pontos de coleta do reservatório entre  março de 2007 e  maio de 2008.  A bacia hidrográfica do açude Cruzeta exportou anualmente 0,03g de fósforo total e 7,08g de sólidos suspensos por metro quadrado de bacia. As cargas anuais de fósforo total e sólidos suspensos foram de 4,8 e 1.160,7 gramas por metro quadrado de açude. Os resultados do balanço de massa demonstram que o reservatório reteve cerca de 94% da carga de sólidos em suspensão e 50% da carga de fósforo total. As medianas das concentrações de fósforo total e clorofila a foram 0,12mg L-1  e 12µg L-1 respectivamente durante o período de estudo. As razões TN:TP (atômica) estiveram freqüentemente abaixo de 16:1 sugerindo uma limitação por nitrogênio.  A correlação negativa observada (r²=0,40; p0,001) entre a concentração de sólidos fixos em suspensão e a transparência da água do reservatório demonstra que grande parte da turbidez é de origem mineral, sugerindo potencial limitação por luz no reservatório estudado. A elevada turbidez abiogênica e a provável limitação por luz e/ou nitrogênio fazem com que as concentrações de clorofila a observadas sejam menores do que seria esperado em virtude das concentrações de fósforo total observadas na água do açude.

Biografia do Autor

Francisco Rafael Sousa Freitas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Possui graduação em Tecnologia de Recursos Hídricos / Saneamento Ambiental pela Faculdade de Tecnologia do Instituto Centro de Ensino Tecnológico - FATEC - Sobral / CE (2005) é mestre em Engenharia Sanitária (área de concentração - Recursos Hídricos) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - PPgES / LARHISA / UFRN. Tem experiência na área de Ecologia de Ecossistemas Aquáticos, com ênfase em Ecologia Aplicada a Engenharia Sanitária e Planejamento Integrado de Recursos Hídricos. Atualmente é consultor na área de monitoramento qualitativo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte, no Programa de Desenvolvimento Sustentável e Convivência com o Semi-árido Potiguar - PSP/SEMARH. Também é acadêmico do curso de Bacharelado em Ciências e Tecnologia (BC&T) da UFRN.

Antônio Marozzi Righetto, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

possui graduação em Engenharia Civil São Carlos pela Universidade de São Paulo (1968) , especialização em Civil Engineering pelo Colorado State University (1975) , mestrado em Hidráulica e Saneamento da Eesc pela Universidade de São Paulo (1972) e doutorado em Hidraulica e Saneamento da Eesc pela Universidade de São Paulo (1977) . Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Membro de corpo editorial da Revista Brasileira de Recursos Hídricos e Revisor de periódico da Revista Brasileira de Recursos Hídricos. Tem experiência na área de Engenharia Civil , com ênfase em Engenharia Hidráulica. Atuando principalmente nos seguintes temas: Dimensionamento Hidraulico, Mecanica dos Fluidos, Metodos Computacionais, Metodos Numericos, Otimizacao e Poluicao do Ar.

José Luiz Attayde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Possui graduação em ciências biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1993), mestrado em ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1996) e doutorado em ecologia pela Universidade de Lund, Suécia (2001). Realizou um estágio de pós-doutorado em ecologia aquática e gestão da qualidade de água na Universidade de Wageningen, Holanda (2007). Foi professor adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e desde 2003 trabalha como professor adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Desenvolve pesquisas na área de limnologia teórica e experimental, com ênfase na estrutura e dinâmica de redes (teias) alimentares e na ciclagem de nutrientes em lagos e reservatórios tropicais.

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Publicado

2017-02-20