Além da perspectiva biológica do conflito entre estradas e fauna: os vertebrados e a toma de decisões nas companhias responsáveis das auto-estradas

Autores

  • Pablo Ruiz-Capillas Mancebón Obrascón Huarte Lain S.A.
  • Cristina Mata Estacio Universidad Autónoma de Madrid
  • Juan Esteban Malo Arrázola Universidad Autónoma de Madrid

Palavras-chave:

estrada, concesão, gestão, responsabilidade social corporativa, mitigação

Resumo

A exceção das questões de segurança rodoviária, quase toda a literatura científica sobre o conflito entre fauna e estradas desenvolveu-se desde o ponto de vista dos impactes das estradas sobre as populações animais. No entanto, a integração das infra-estruturas rodoviárias nos ecossistemas é parte duma realidade mais complexa, dependente das relações recíprocas que se estabelecem entre a infra-estrutura, as operações de manutenção e a comunidade biológica do meio. Por tanto, é muito relevante incluir a perspectiva das companhias operadoras de auto-estradas nas estratégias de integração ambiental das mesmas. Com esta perspectiva foi realizado um inquérito às empresas operadoras de 8 lanços de auto-estrada (225 km) na Espanha, direcionado a aprofundar em i) os tipos de problemas relativos a fauna com os que lidam os gestores das auto-estradas, ii) quais são as medidas de gestão que são utilizadas, e iii) qual é a relevância (em preocupação e orçamento) que é dada à fauna durante a fase de operação destas infra-estruturas. Os resultados mostram que a preocupação pela fauna, e o estabelecimento de medidas de gestão é variável, sendo o atropelamento de fauna (100% dos casos, embora com baixo numero de acidentes), as falhas nas vedações (50%) e o desenvolvimento de problemas na estabilidade das encostas (50%) e do pavimento (12%) os mais comuns. Também comprovamos que o tipo e gravidade dos problemas mudam em função da paisagem, com um marcado contraste entre auto-estradas em meios urbanos e aquelas áreas menos perturbadas. As empresas adotam uma serie relativamente grande de medidas de mitigação e gestão relacionadas com estes problemas, com um custo econômico avaliado como muito baixo (62%) ou meio (38%) e para as quais  no geral, não há análise de efetividade. Neste contexto, 38% das pessoas que responderam ao inquérito considera que são gerados danos para a imagem da empresa e 50% acha que é necessário iniciar novas medidas para mitigar os problemas detectados. Em conclusão, existe uma boa disposição das companhias operadoras das auto-estradas para diminuir o conflito entre estradas e fauna, e detectam-se uma serie de medidas que poderiam ser usadas para esta melhoria.

 

 

Biografia do Autor

Pablo Ruiz-Capillas Mancebón, Obrascón Huarte Lain S.A.

Dirección de Innovación y Sostenibilidad

Cristina Mata Estacio, Universidad Autónoma de Madrid

Associate in Research. Department of Ecology

Juan Esteban Malo Arrázola, Universidad Autónoma de Madrid

Assistant professor.Department of Ecology

Publicado

2017-02-22