A transexualidade na esfera jurídica: desafios e contradições
Palavras-chave:
Transexualidade. Requalificação Civil. Poder Judiciário.Resumo
Resumo:
O presente artigo pretende discutir os processos de requalificação civil de pessoas transexuais, ou seja, as ações judiciais de modificação de nome e sexo em documentos civis, questão absolutamente essencial na vida da população trans, diante da indissociável correlação com a própria personalidade e com os desejos mais íntimos do indivíduo. O objetivo precípuo do texto é levantar algumas hipóteses acerca dos resultados dos processos judiciais propostos pela população transexual em busca de direitos fundamentais, bem como fomentar a discussão sobre o tema.
Referências
ALBY, J. M. Les fractures du transexualisme. In: Sur l'identité sexuelle: à propôs du transsexualisme. Paris: Association freudienne internationale, 1996, p. 245-267.
ALMEIDA, G. S. de. Reflexões iniciais sobre o Processo Transexualizador no SUS a partir de uma experiência de atendimento. In: ARILHA, M.; LAPA, T. de S.; PISANSESCHI, T. C. Transexualidade, travestilidade e direito à saúde. São Paulo: Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR), 2010, p. 117-148.
¬¬______. Repercussões sociais da assistência à saúde do transexual. In: SILVA, E. A. da. Transexualidade: princípios de atenção integral à saúde. São Paulo: Santos, 2012a. p, 248-261.
______. ‘Homens trans': novas matizes na aquarela das masculinidades? Revista Estudos Feministas, v. 20, p. 513-523, 2012b.
ARÁN, M. A Transexualidade e a gramática normativa do sistema sexo-gênero. Revista Ágora -- Estudos em Teoria Psicanalítica, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 49-63, 2006.
______. A saúde como prática de si: do diagnóstico de transtorno de identidade de gênero às redescrições da experiência da transexualidade. In: ARILHA, M.; LAPA, T. de S.; PISANSESCHI, T. C. Transexualidade, travestilidade e direito à saúde. São Paulo, Comissão de Cidadania e Reprodução. São Paulo: CCR, 2010, 372 p.
ARÁN, M.; ZAIDHAFT, S.; MURTA, D. Transexualidade: corpo, subjetividade e saúde coletiva. Revista Psicologia & Sociedade, Porto Alegre, v. 20, n. 1,p. 17-34, 2008.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970, 504 p. v.1.
BENJAMIN, H. The transsexual phenomenon. New York: Julian Press, 1966, 286 p.
BENTO, B. A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Rio de Janeiro: Garamond, 2006, 251 p.
______. O que é transexualidade. São Paulo: Brasiliense, 2008. 181 p. (Coleção Primeiros Passos).
______. A diferença que faz a diferença: corpo e subjetividade na transexualidade, Revista Bagoas, n.04, p. 95-112, 2009.
______. Gênero: uma categoria cultural ou diagnóstica? In: ARILHA, M.; LAPA, T. de S.; PISANSESCHI, T. C. Transexualidade, travestilidade e direito à saúde. São Paulo: Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR), 2010, p. 167-198.
DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil. v. 1. São Paulo: Saraiva, 2002. 295 p.
HABER, C. (2017) “Relatório sobre as Ações de Requalificação Civil”, elaborado pela Diretoria de Estudos e Pesquisas de Acesso à Justiça, da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.defensoria.rj.def.br/uploads/arquivos/80aaf879f83e42a9a9909d1168f79783.pdf. Último acesso em 28/03/2017.
HOGEMANN, E. R. Direitos Humanos e Diversidade Sexual: o reconhecimento da identidade de gênero através do nome social. In: Revista Seção Judiciária do Rio de Janeiro. v. 21, nº 39, Abril de 2014, p. 217-231.
IHERING, R. V. A luta pelo Direito. Rio de Janeiro: Editora Rio, 2002, 101 p.
KULLICK, Don. Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1998.
LEITE JR., J. Nossos corpos também mudam: a invenção das categorias “travesti” e “transexual” no discurso cientifico. 1. ed. São Paulo: Annablume, 2011, 263 p.
LIONÇO, T. Um olhar sobre a transexualidade a partir da perspectiva da tensionalidade somato-psíquica. Tese (Doutorado) - Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2006, 158 p.
MACHADO, P. S. O Sexo dos Anjos. Representações e práticas do gerenciamento sociomédico e cotidiano da intersexualidade. Tese de Doutorado, Porto Alegre, 2008, 266 p.
MURTA, D. A psiquiatrização da transexualidade: análise dos efeitos do diagnóstico de transtorno de identidade de gênero sobre as práticas de saúde. 129 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Social) -- Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
______. Os desafios da despatologização da transexualidade: reflexões sobre a assistência a transexuais no Brasil. 107 f. Tese (Doutorado em Medicina Social) -- Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.
NERY, J.W. Erro de Pessoa: Joana ou João? Rio de Janeiro: Record, 1984, 250 p.
______. Viagem Solitária: memórias de um transexual 30 anos depois. Rio de Janeiro: Leya Brasil, 2011, 334 p.
OMS (Organização Mundial de Saúde). Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde, 10ª Revisão (CID-10), 1993.
SCHRAMM, F. R.; BARBOZA, H.H.; GUIMARÃES, A. O Processo Transexualizador no SUS como paradoxo entre o reconhecimento da existência da pessoa transexual e a sua invisibilidade institucional. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E GÊNERO, 8, de 05 a 09 de abril de 2010, p. 01-09.
SILVA, H. R. S. In: BENEDETTI, M. Toda Feita: o corpo e o gênero das travestis. Rio de Janeiro: Garamond, 2005.
STOLLER, Robert J. A experiência transexual. Rio de Janeiro: Imago, 1982. 312 p.
RAGO, M. Adeus ao Feminismo? Feminismo e (Pós)Modernidade no Brasil. Cadernos AEL, n.3, 1996, p. 01- 43.
SUESS, A. Análisis del panorama discursivo alrededor de la despatologización trans: processos de transformación de los marcos interpretativos em diferentes campos sociales. In: MISSÉ, M. El género desordenado -- críticas en torno a la patologización de la transexualidad. Barcelona, Madrid: Egales, 2010, p. 158-171.
TEIXEIRA, F. Dispositivos de dor: saberes-poderes que (con)formam as transexualidades. São Paulo: Annablume, 2013, 315 p.
TRINDADE, M. Violência Institucional e Transexualidade: desafios para o Serviço Social. Revista Praia Vermelha, v. 25. Nº 1, 2015.
_____. Aspectos Históricos do Processo Transexualizador no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Gramma, 2016, 184p.
ZAMBRANO, E. Trocando os documentos: um estudo antropológico sobre a cirurgia de troca de sexo. 2003. 126f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) -- Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
______. “Nós também somos família”: estudo sobre a parentalidade homossexual, travesti e transexual. 301p. Tese (Doutorado em Antropologia Social) -- Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto alegre, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A Revista Praia Vermelha está licenciada sob a licença Creative Commons BY 4.0. Para ver uma cópia desta licença, visite https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons BY 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Após a publicação da edição, autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal).