Trabalho do(c)ente: a saúde dos professores da educação superior pública

Autores

Palavras-chave:

educação, neoliberalismo, saúde docente, gerencialismo

Resumo

Este artigo traz uma investigação empírica sobre a saúde docente de uma universidade pública. Busca identificar elementos implicados no sofrimento e adoecimento dos professores a partir da adoção do neoliberalismo no Brasil, do gerencialismo nos espaços públicos com o empresariamento e mercantilização da educação superior. Intensificação do ritmo, precarização das condições e relações de trabalho, competitividade estrutural, entre outros, são citados. Os dados sistematizados aqui apresentados podem ser a ponta de um iceberg, pois podem representar um fenômeno difuso e não individual.

Biografia do Autor

Alzira Mitz Bernardes Guarany, Escola de Serviço Social/UFRJ

Assistente Social, doutora em Serviço Social pela ESS/UFRJ; Pesquisadora da área do Trabalho, Sociabilidade e Saúde do Trabalhador; coordenadora do Laboratório de Estudos em Políticas Públicas, Trabalho e Sociabilidade -- LEPPTraS/ESS/UFRJ, com pesquisas e projetos de extensão nestas áreas. 

Referências

[...] Diante dos constrangimentos do trabalho, todos se encontram, psicologicamente, cada dia mais só [...] (apud SNELZWAR, 2004, p. 17)

“[...] inerentes ao exercício de direção, assessoramento, chefia, coordenação e assistência na própria instituição [...]” (BRASIL, 2012)]

“[...] exteriorização da interioridade” ocorrer sobre bases idênticas, quais sejam, as mesmas condições de trabalho e exploração “[...] não significa que as reações subjetivas sejam as mesmas [...]” (ALVES, apud SILVA, 2013, p. 43)

“[...] um conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter [...] indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos [...]. [BARDIM, 1979, apud MINAYO, (1994: p.199)]”

“[...] um espaço conta sempre uma história [...] as degradações dos edifícios [...] identificá-la-emos com outros tantos indícios de uma relação degrada [...] a sua exclusão [...]” (FISCHER, 1994, p. 38)

“[...] temos um sofrimento que é causado pela organização do trabalho, mas que acaba por ser aprofundado pelos fracos laços que os trabalhadores estabelecem entre si [...]” AUTOR, p. 40, 2011)

“[...] o trabalho rompe a unidade interna entre intencionalidade e ação, mas o corpo não pode[ndo] fazê-lo o resultado é o adoecimento e os riscos de danos físicos e mentais”. (IASI, apud SILVA, 2013, p. 54.)

“[...] uma atitude de fechamento em uma autonomia máxima [...] de silêncios frente à hierarquia superior e, às vezes, frente aos próprios colegas [...]” “É a individualização máxima do sofrimento no silêncio e sinal de que as defesas coletivas não são mais (tão) eficazes” (DEJOURS, 1994, p. 90)

“[...] A proteção da saúde mental não depende apenas do talento de cada indivíduo [...] passa também pelas ‘estratégias coletivas de defesa’, que desempenham um papel relevante [...]” (DEJOURS, 2004, p. 17)

“[...] exteriorização da interioridade” ocorrer sobre bases idênticas, quais sejam, as mesmas condições de trabalho e exploração “[...] não significa que as reações subjetivas sejam as mesmas [...]” (ALVES, apud SILVA, 2013, p. 43)

[...] a dor é de cada trabalhador e somente cada um pode responder ela. Por sua vez, a responsabilidade social, de fato [...] Eticamente, [...] cabe à organização do trabalho [...] responder não pela dor, mas pelos danos causados, assumir parte da perda sofrida [...]. (JARDIM, 2001, apud AUTOR, 2012)

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Publicado

2020-05-28