Literatura e direitos humanos: reflexão a partir da estética de Marcuse
Resumo
Discutem-se as principais contribuições da literatura para os direitos humanos, inclusive do prisma da estética marcuseana. Definindo a literatura como um território da fabulação humana que nos desenvolve a capacidade de imaginar, a arte literária se revela como um direito ao qual todos precisam ter acesso. Além disso, com base na estética de Marcuse, constata-se que, criando uma realidade imaginária, a partir da realidade instituída, a literatura nos leva ao processo de rememoração. Isto, para Marcuse, vindo à tona por uma imagem de beleza, que se confunde com Eros, pode nos inspirar a reconstrução da realidade instituída. Esta, por sua vez, embasa-se no “Princípio de Desempenho”, que, identificado com o capitalismo tardio, oprime o homem e conspira contra os seus direitos universais.Referências
ANISTIA INTERNACIONAL. O estado dos direitos humanos no mundo. Rio de Janeiro: Anistia Internacional, 2015.
BATAILLE, George. A literatura e o mal. Porto Alegre: LPM, 1989.
BASTOS, Rogério Lustosa. Marcuse e o homem unidimensional: pensamento único atravessando o Estado e as instituições. In: Revista Katálysis: Estado e política social na América Latina. Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFSC. Volume 17, número 1, p: 111-119, jun/jun. 2014.
____. Freud, a cultura e a tanatologia: uma leitura de Marcuse na obra social freudiana. In: Psicanálise & Barroco em Revista. Rio de Janeiro. V, 16, p: 139-170, 2010.
____. Poética e psicanálise: artepensamento entre campo ficcional e campo psicanalítico, diferentes subjetividades. Rio de Janeiro: E-papers, 2004.
BENJAMIN, Walter. O capitalismo como religião. São Paulo: Boitempo, 2013.
____. Documentos de cultura, documentos de barbárie: escritos escolhidos. São Paulo: USP & Cultrix, 1986.
CANCLINI, Néstor. Consumidores e cidadãos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006.
CÂNDIDO, Antônio. Direito à literatura. In: ___ .Vários escritos. São Paulo: Ouro sobre o Azul, 2004.
CANUTO, Antônio. Assassinatos, agressões, ameaças: o tributo a pagar à “economia delinquente”. In: MERLINO, Tatiana & MENDONÇA, Maria Luísa (orgs.). Direitos humanos no Brasil 2011: relatório da Rede social de Justiça e direitos humanos. São Paulo: Expressão popular & Rede social de justiça e direitos humanos, 2011.
FIGUEIRA, Ricardo Rezende. Sombras sobre a cidade: a escravidão. In: MERLINO, Tatiana & MENDONÇA, Maria Luísa (orgs.). Direitos humanos no Brasil 2011: relatório da Rede social de Justiça e direitos humanos. São Paulo: Expressão popular & Rede social de justiça e direitos humanos, 2011.
FREIXO, Marcelo. Nada deve parecer impossível de mudar. In: MERLINO, Tatiana & MENDONÇA, Maria Luísa (orgs.). Direitos humanos no Brasil 2011: relatório da Rede social de Justiça e direitos humanos. São Paulo: Expressão popular & Rede social de justiça e direitos humanos, 2011.
HUGO, Victor. William Shakespeare. Londrina/Paraná: Editora Campanário, 2000.
IANNI, Octávio. Capitalismo, violência e terrorismo. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2004.
JAKOBSON, Roman. Poética em ação. São Paulo: Perspectiva, 1990.
JAMESON, Fredric. As sementes do tempo. São Paulo: Ática, 1997.
KAFKA, Franz. Josefina, a cantora ou o povo In: Kafka, Franz. Um artista da fome/ a construção. São Paulo: Companhia das letras, 2014.
KANGUSSU, Imaculada. Marcuse, vida e arte. In: HADDOCK-LOBO, Rafael (org.). Os filósofos e a arte. Rio de Janeiro: Rocco, 2010.
____. Leis de liberdade: a relação entre estética e política na obra de Herbert Marcuse. São Paulo: Loyola, 2008.
KONDER, Leandro. Herbert Marcuse. In: ___ .Em torno de Marx. São Paulo: Boitempo, 2010.
MAAR, Wolfang Leo. Marcuse: em busca de uma ética materialista/ introdução. In: Marcuse, Herbert. Cultura e sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 1997. V 1.
MARCUSE, Herbert. A grande recusa. Tradução de Izabel Loureiro (org) e Robespierre de Oliveira. Petrópolis: Vozes, 1999.
____. A dimensão estética. Lisboa: Edições 70, 1986.
____. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
____. Eros e civilização. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
____. Contrarrevolução e revolta. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
____. Arte e revolução. In: Marcuse, Herbert. Contrarrevolução e revolta. Rio de Janeiro: Zahar, 1978b.
____. An Essay on Liberation. Boston: Beacon Press, 1969.
____. Marxismo soviético. Rio de Janeiro: Editora Saga, 1969b.
PIGNATARI, Décio. Semiótica e literatura. São Paulo: Cultrix, 1987.
PITANGUY, Jacqueline & HERINGER, Rosana (orgs.). Direitos humanos no Mercosul. Cadernos Fórum Civil. Rio de Janeiro: CEPIA, ano 3, no 4, 2001.
TODOROV, Tzevetan. A literatura em perigo. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009.
____. O espírito das luzes. São Paulo: Barcarolla, 2008.
ZIZEK, Slavoj. Notas para uma definição de cultura comunista. In: Iannini, Gilson; Garcia, Douglas; Freitas, Romero (orgs.). Arte e filosofia. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2015.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A Revista Praia Vermelha está licenciada sob a licença Creative Commons BY 4.0. Para ver uma cópia desta licença, visite https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons BY 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Após a publicação da edição, autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal).