As políticas de combate ao turismo sexual: uma análise interseccional entre raça, gênero e classe
Palavras-chave:
turismo sexual, prostituição, gringos, mulheres brasileiras, marcadores sociais da diferença.Resumo
O presente artigo tem como objetivo analisar as categorias cor/raça, gênero e classe no bojo das políticas de
combate ao turismo sexual. Entendemos que tais políticas são permeadas de significados sociais em relação ao público-
alvo destas campanhas. O Brasil tornou-se signatário nos anos 2000 daquilo que foi definido como o combate ao
turismo sexual proposto pela a Organização Mundial do Turismo (OMT), que, em linhas gerais define o turista sexual
como aquele cidadão que viaja única e exclusivamente para outro país com o intuito de manter relações sexuais com
mulheres destes países. Ao longo de oito anos de pesquisa em Copacabana, no Rio de Janeiro, e na região central da
cidade de São Paulo, percebemos que as categorias “turista sexual”, e supostamente a “vítima” deste “crime” são bastante
fluídas e, em alguns casos, são utilizadas como categorias de acusação. O perfil destes personagens é claramente
definido pelos marcadores sociais da diferença cor/raça, gênero e classe de homens e mulheres que são reconhecidos
como potencialmente propícios ao turismo sexual. A partir de dados de pesquisa analiso estas categorias nos discursos
sobre o turismo sexual.
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