TRABALHO FEMININO NA FORMAÇÃO SOCIAL BRASILEIRA: reflexões a partir da Teoria da Reprodução Social

Autores

Palavras-chave:

trabalho feminino, formação social brasileira, Teoria da Reprodução Social, totalidade social, marxismo.

Resumo

O artigo analisa particularidades do trabalho feminino na formação social brasileira. Parte de uma pesquisa bibliográfica. Possui como suporte analítico a Teoria da Reprodução Social (TRS). O trabalho realizado em países dependentes como o Brasil é superexplorado, especialmente o das mulheres negras. O trabalho reprodutivo por elas realizado é valorado inferiormente, embora seja indispensável à produção e à reprodução do capital. Isso se deve à unidade entre as relações de exploração-opressão de classe, gênero e raça na totalidade social capitalista tal como sustenta a TRS.

Biografia do Autor

Tahiana Meneses Alves, Universidade Federal do Rio de Janeiro/Universidade do Minho

Assistente Social e Mestra em Políticas (UFPI)

Mestra e Doutora em Sociologia (UMINHO)

Doutoranda em Serviço Social (UFRJ)

Referências

ARRUZZA, C. Considerações sobre gênero: reabrindo o debate sobre patriarcado e/ou capitalismo. Revista Outubro, n. 23, 1º semestre, p. 33-58, 2015.

BHATTACHARYA, T. O que é a teoria da reprodução social? Revista Outubro, n. 32, 1º semestre, p. 99-113, 2019.

BRAVERMAN, H. Trabalho capital monopolista: a degradação do trabalho no século. XX. 3.ed. Rio de Janeiro: LTR, 1987.

CARDUZ, C. La división social del trabajo en la (re)producción capitalista en tiempos de la pandemia del Covid-19. Rev. Plaza Pública, Año 14 – Nº 25, Jul, 2021, p. 6-23.

IAMAMOTO, M.; CARVALHO, R. Relações sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 19ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.

DIEESE. Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Mulheres no mercado de trabalho brasileiro: velhas desigualdades e mais precarização: 2022. São Paulo: DIEESE, 2022.

FEDERICI, S. Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017

FERGUSON, S. Feminismos interseccional e da reprodução social: rumo a uma ontologia integrativa. Cadernos Cemarx. Dossiê: Marxismo e feminismo no debate de gênero e sexualidade. Campinas, n. 10, p. 14-38, 2017.

FERNANDES, F. A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. São Paulo: Globo, 2005.

GONZÁLEZ, L. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. RIOS, Flávia; RIOS, Márcia (Orgs.) – 1ª ed. – Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

GROSFOGUEL, R. Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Soc. estado., Brasília, v. 31, n. 1, p. 25-49, 2016.

JESUS, C. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2021.

LESSA, S. Mundo dos homens: trabalho e ser social. São Paulo: Instituto Lukács, 2012.

LUKÁCS, G. As bases ontológicas do pensamento e da atividade do homem. Temas de Ciências Humanas, tradução de Carlos Nelson Coutinho, São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas, n. 4, p. 1-18, 1978.

__________. Para uma ontologia do ser social. Maceió: Coletivo Veredas, 2018

MALDONADO-TORRES, N. Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. In: BERNARDINO-COSTA, J.; MALDONADO-TORRES, N.; GROSFOGUEL, R. (Orgs.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 2. ed. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2019.

MARX, K. O capital, Livro I. São Paulo: Boitempo, 2013

MONTAÑO, C.; DURIGUETTO, M. L. Estado, Classe e Movimento Social. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2011.

MORAES, L. Relação entre universal, particular e singular em análises feministas marxistas: por uma ontologia integrativa. Revista Plural, v. 28.2, jul./dez., p. 132-158, 2021.

MOURA, C. Rebeliões da Senzala: quilombos, insurreições, guerrilhas. 5ª ed. São Paulo: Anita Garibald / Fundação Maurício Grabois, 2014.

NASCIMENTO, T.; GONÇALVES, R. Entre a divisão sexual e a divisão racial do trabalho: a precarização das relações de trabalho das mulheres negras. O público e o privado, nº 40, set/dez, 2021, p. 272-287.

NOGUEIRA, C.; PASSOS, R. A divisão sociossexual e racial do trabalho no cenário de epidemia do COVID-19: considerações a partir de Heleieth Saffioti. Caderno CRH, Salvador, v. 33, p. 1-9, 2020.

OLIVEIRA, R. Serviço Social, classe, gênero e raça: tendências teórico-metodológicas e as possíveis contribuições da Teoria Unitária. Tese de Doutorado em Serviço Social. Natal, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021, 227f.

ORTEGAL, L. Relações raciais no Brasil: colonialidade, dependência e diáspora. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n. 133, p. 413-431, 2018.

QUIJANO, A.; WALLERSTEIN, W. “Americanity as a concept or the Americas in the modern world-system”. In: International Social Science Journal (Paris: UNESCO) Nº 134, novembro, 1992.

RUAS, R. Teoria da Reprodução Social: apontamentos para uma perspectiva unitária das relações sociais capitalistas. Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, Vol. 12, N. 01, p. 379-415, 2020.

SAFFIOTI, H. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. São Paulo: Expressão Popular, 2013.

SARAIVA, C. Totalidade, reprodução social e divisão sexual-racial do trabalho no capitalismo dependente. Revista Praia Vermelha, Rio de Janeiro, v. 32, n.1, p. 48-73, jan/jun, 2022.

SERAFIM, R. Elementos da categoria subsunção do trabalho ao capital em Marx. Revista Praia Vermelha, Rio de Janeiro, v. 28, n. 2, p. 510-536, 2018.

TEIXEIRA, F. Pensando com Marx: uma leitura crítico-comentada de O Capital. São Paulo, Editoria Ensaio, 1995.

VOGEL. L. Marxism and the oppresion of women: toward a unitary theory. Chicago: Haymarket Books, 2013.

Downloads

Publicado

2024-02-05