Do barro ao palco: a dramaturgia do sapateado no Coco de Tebei

Autores

DOI:

https://doi.org/10.58786/rbed.2023.v2.n4.62338

Resumo

Nas manifestações da cultura brasileira encontramos distintas maneiras de fazer sons com os pés em acompanhamento à dança, ao canto e à música em um continuum inseparável e na sua maioria de origens ibéricas, africanas ou indígenas. Entre os elementos de dança, canto e música que compõem as narrativas encontradas nessas manifestações, propomos um exame articulado com os trupés do Coco de Tebei de Pernambuco por suas características fortes no sapateado e a singularidade de não utilizar instrumentos musicais durante sua execução. Essa tradição de mais de 100 anos desperta o nosso interesse por suas influências indígenas enquanto elaboração no processo composicional articulado com os estudos das performances afro-ameríndias. Das técnicas dos trupés utilizadas pelos brincantes e sapateios variados dos dançarinos nas manifestações culturais, vários códigos são utilizados para fixar a atenção na ação de quem executa esses movimentos sonoros e em qual momento eles fazem parte da construção coreográfica. Além disso, o “chão” que apoia as técnicas do sapateado podem variar do barro ao palco, da festa ao festival e isso altera seu contexto de análise dramatúrgica entre aspectos importantes e às vezes “invisíveis” ao espectador por onde essas danças são praticadas. Dessa forma, estaremos atentos ao trabalho cênico que parte da pesquisa do sapateado na perspectiva de entender os caminhos e escolhas que a partem do "chão de barro” ao “chão do palco”.

Biografia do Autor

Ana Beatriz Magalhães Mattar, Faculdade Angel Vianna, Rio de Janeiro, Brasil

Mestranda em Dança pela Faculdade Angel Vianna – Rio de Janeiro. Pós-graduanda em nível de especialização em Linguagem e Poética da Dança – FURB. Especialista em Economia Criativa, Cultura e Inovação – UNIVALI. Graduada em Tecnologia da Gestão Pública – UNIVALI. Pesquisadora do grupo de pesquisa Transversalidades Corpoéticas (FAV_CNPQ). Artista da dança/sapateadora.

Marco Aurélio da Cruz Souza, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Brasil.

Doutor em Motricidade Humana na especialidade Dança pela Universidade de Lisboa - Portugal. Professor adjunto do curso de Dança Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas.  Coordenador do  projeto Pedagogias Possíveis: Ensino Contemporâneo de dança na educação Básica, vinculado ao Observatório de memória, educação, gesto e arte; do projeto Núcleo de Folclore e Culturas Populares da UFPel (OMEGA UFPel - CNPq). 

Referências

AYALA, Maria Ignez. Cocos do Nordeste. Na pisada dos cocos : circuito 2017/2018. – Rio de Janeiro : Sesc, Departamento Nacional, 2018. 74 p. : il. ; 28,5 cm. – (Sonora Brasil).

GLOBO. Missão Mario de Andrade. Available in: https://oglobo.globo.com/cultura/livros/missao-mario-de-andrade-uma-viagem-pela-cultura-popular-inspirada-nas-pesquisas-do-escritor-16495442. Acessado em: 13 de jun. 2023

SAMBA DE COCO: a história da família que faz do ritmo a própria natureza do Brasil. Pedro Stropasolas. Brasil de Fato. Revista eletrônica. Recife, 2022. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2022/08/01/samba-de-coco-a-historia-da-familia-que-faz-do-ritmo-a-propria-natureza-do-brasil. Acessed in: June, 1st. 2023.

SANDRONI, Carlos. Cocos do Nordeste. Os sambas brasileiros : diversidade, apropriação e salvaguarda / org. Márcia SantʼAnna. – Brasília, DF: Iphan, 2011. 144 p.: il. color.; 24 cm. – (Anais; 1)

SIRINO, Salete Paulina Machado. Mario de Andrade: mais que um turista aprendiz, um político cultural. Revista Educação e Linguagens, Campo Mourão, v. 1, n. 1, ago./dez. 2012

TEBEI: Direction: Gustavo Vilar, Hamilton Costa, Paloma Granjeiro e Pedro Rampazzo. Produção: Sambada Comunicação e Cultura. 1 vídeo (21 min 22 seg). Formato HD. CurtaDoc, 2008. Formato HD. 2008. Disponível em: https://curtadoc.tv/curta/cultura-popular/tebei/. Accessed in: Jun, 17th. 2023.

Publicado

2024-02-01