Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Uma ampla visão do exotismo musical

Resumo

A maioria dos estudos anteriores sobre o exotismo musical reflete a suposição tácita de que uma obra é entendida pelo ouvinte como exótica somente se incorpora elementos distintivamente exógenos ou altamente incomuns quanto ao estilo musical. Esse Paradigma “Apenas Estilo Exótico” mostra-se muitas vezes elucidativo, particularmente quando aplicado a obras puramente instrumentais. Em óperas e outras obras dramático-musicais ambientadas em locais exóticos, pelo contrário, a música é ouvida dentro de um “quadro” narrativo que induz a resposta do ouvinte. No entanto, a bibliografia existente sobre o “exótico na música” tende a concentrar sua atenção em poucas cenas ou passagens que “soam não-ocidentais”. E também tende a omitir as muitas óperas e oratórios dramáticos da era barroca que focam em tiranos orientais desprezíveis. Este artigo propõe o Paradigma “Todas as Músicas em Pleno Contexto”, visando contribuir para dar sentido a uma variedade de retratos musicais do exótico, bastante diversificados na mensagem e nos meios. Trechos das seguintes obras são analisados para discutir os diversos aspectos do problema: Les Indes galantes, de Rameau; Belshazzar de Handel; Carmen, de Bizet; e Madama Butterfly, de Puccini. Cada caso guarda uma gama completa de componentes artísticos, inclusive dispositivos musicais pertencentes ou alheios ao vocabulário exótico tradicional, que enriquecem nossa compreensão de quão diverso, poderoso e, às vezes, perturbador pode ser o processo de exotização em gêneros que combinam a música e a representação dramática.

Palavras-chave

Ópera, século XVIII, século XIX, exotismo

PDF