AMNÉSIA GLOBAL TRANSITÓRIA: EPIDEMIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA, CLÍNICA E TERAPÊUTICA

Autores

  • Marianna da Silva Rafael
  • Eduarda Xavier Carreira
  • Larissa Pfeilsticker Lage Alves
  • Alexandre Nascimento de Carvalho
  • Antônio Jaeger
  • Antônio Lúcio Teixeira
  • Leonardo Cruz de Souza

DOI:

https://doi.org/10.46979/rbn.v53i1.9542

Palavras-chave:

Neurologia

Resumo

A amnésia global transitória (AGT) é um quadro súbito de amnésia glo- bal, não acompanhada de outros déficits neurológicos, com duração de duas a 24 horas e cuja recuperação se dá espontaneamente. A incidência na população geral está estimada em 5-10 casos/100.000 pessoas/ano. Diferentes mecanismos fisiopatológicos, como fatores vasculares ou epiléticos, têm sido propostos para explicar a AGT, sendo consensual que haja acometimento transitório de regiões do hipocampo e do giro para-hipocampal. Além da amnésia anterógrada acompanhada por amnésia retrógra- da, o paciente apresenta desorientação (tempo/espaço), estando pre- servadas outras habilidades cognitivas, como memória semântica e capacidades visuo-construtivas. Esses déficits tendem a remitir após 24h, sendo o prognóstico favorável na maioria dos casos. O diagnós- tico diferencial de AGT é amplo e diversas condições clínicas, como eventos cérebro-vasculares, epilepsias, infecções e intoxicações po- dem mimetizá-lo, de modo que uma investigação clínica cuidadosa é imperativa. As recorrências não são frequentes nos quadros típicos. A AGT não requer tratamento específico, mas devem ser tratados fa- tores de risco cardiovascular eventualmente identificados durante a propedêutica de AGT. O clínico deve esclarecer o paciente a respeito do caráter benigno da AGT. Estudos com seguimento longitudinal dos pacientes são necessários para maior compreensão dos mecanismos fisiopatológicos da AGT e para melhor compreensão clínica e neuro- biológica dos déficits cognitivos apresentados por esses pacientes.

 

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Publicado

2017-04-03

Edição

Seção

Artigos