Meios auxiliares de locomoção em indivíduos com diabetes tipo 2 / Auxiliary means of locomotion in individuals with type 2 diabetes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto35781

Palavras-chave:

Terapia Ocupacional, Saúde, Medicina

Resumo

Introdução: Diabetes tipo 2 pode gerar complicações que podem comprometer a mobilidade funcional, sendo, por vezes, necessário o uso de meios auxiliares de locomoção. Objetivos: Identificar a prevalência do uso de meios auxiliares de locomoção em pessoas com diabetes tipo 2, comparar variáveis sociodemográficas, clínicas, de qualidade de vida e desempenho ocupacional entre indivíduos que fazem ou não uso destes dispositivos e verificar a ocorrência de indicação, prescrição, treinamento e orientação. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo de abordagem transversal descritiva realizado em duas etapas com pacientes da Coorte de Diabetes tipo 2 acompanhados regularmente no ambulatório em um hospital universitário. A etapa 1 envolveu pesquisa retrospectiva com 474 participantes. A etapa 2 foi realizada com participantes da primeira etapa. Resultados: Na etapa 1 foram identificados 51 usuários de meios auxiliares de locomoção: pessoas mais velhas, com maior tempo de diagnóstico, maior índice de massa corporal e complicações de saúde. Apresentavam também piores níveis de qualidade de vida e desempenho ocupacional. Na etapa 2, 29 desses 51 participantes foram avaliados, os mesmos usavam mais bengalas e em ambiente comunitário. A maioria não tinha recebido indicação e treinamento profissional para uso destes dispositivos. Considerações finais: A prescrição e o treinamento de meios auxiliares de locomoção devem ser realizados de forma cuidadosa por profissional especializado para otimizar a funcionalidade e participação social.

 

Abstract

Introduction: Type 2 diabetes can lead to complications that can compromise functional mobility, and it is sometimes necessary to use auxiliary means of mobility. Objectives: To identify the prevalence of the use auxiliary means of mobility in people with type 2 diabetes, to compare sociodemographic, clinical, quality of life and occupational performance variables among individuals who use or not use these devices and to verify the occurrence of indication, prescription, training and guidance. Method: This is a retrospective study with a cross-sectional descriptive approach carried out in two stages with patients from the Type 2 Diabetes Cohort regularly monitored at the outpatient clinic of a university hospital. Stage 1 involved a retrospective survey of 474 participants. Stage 2 was carried out with participants from the first stage. Results: In step 1, 51 users of auxiliary means of locomotion were identified: older people, with longer time of diagnosis, higher body mass index and health complications. They also had worse levels of quality of life and occupational performance. In step 2, 29 of these 51 participants were evaluated, they used more walking sticks and in a community environment. Most had not received any indication or professional training in the use of these devices. Final considerations: The prescription and training of auxiliary means of locomotion must be carried out carefully by a specialized professional to optimize functionality and social participation.

Keywords: Diabetes mellitus type 2, Mobility limitation, Assistive technology.

 

Resumen

Introducción: la diabetes tipo 2 puede llevar complicaciones que pueden comprometer la movilidad funcional, y en ocasiones es necesario utilizar medios auxiliares de movilidad. Objetivos: Identificar la prevalencia del uso de medios auxiliares de locomoción en personas con diabetes tipo 2, comparar variables sociodemográficas, clínicas, de calidad de vida y desempeño ocupacional entre individuos que usan o no estos dispositivos y verificar la ocurrencia de indicación, prescripción, formación y orientación. Método: Se trata de un estudio retrospectivo con abordaje descriptivo transversal realizado en dos etapas con pacientes de la Cohorte de Diabetes Tipo 2 monitoreados regularmente en la consulta externa de un hospital universitario. La etapa 1 implicó una encuesta retrospectiva de 474 participantes. La etapa 2 se realizó con participantes de la primera etapa. Resultados: En el paso 1 se identificaron 51 usuarios de medios auxiliares de locomoción: personas mayores, con mayor tiempo de diagnóstico, mayor índice de masa corporal y complicaciones de salud. También tenían peores niveles de calidad de vida y desempeño ocupacional. En el paso 2, se evaluaron 29 de estos 51 participantes, usaron más bastones y en un ambiente comunitario. La mayoría no había recibido ninguna indicación o formación profesional en el uso de estos dispositivos. Consideraciones finales: La prescripción y entrenamiento de los medios auxiliares de locomoción debe ser realizada con cuidado por un profesional especializado para optimizar la funcionalidad y participación social.

Palabras clave: Diabetes mellitus tipo 2. Limitación de movilidad. Tecnología de assistência

Biografia do Autor

Camila Barros de Miranda Moram, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Docente do  Curso de Terapia Ocupacional da UFRJ

Raísa Belo do Nascimento

Terapeuta Ocpacional

Carolina Rebellato, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Docente do  Curso de Terapia Ocupacional da UFRJ

Gil Fernando de Salles, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Docente do Curso de Medicina da  UFRJ

Claudia Regina Lopes Cardoso, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Docente do Curso de Medicina da UFRJ

Fernanda de Sousa Marinho, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Docente do  Curso de Terapia Ocupacional da UFRJ

Referências

World Health Organization. WHO. Global report on diabetes. Geneva: WHO, 2016.

American Diabetes Association. ADA. Standards of medical care in diabetes-2020. Diabetes Care. 2020; 43 (Suppl. 1): S14–31.

Fowler MJ. Microvascular and Macrovascular Complications of Diabetes. Clinical Diabetes. 2011; 29(3):116-122.

Struijs JN, Baan CA, Schellevis FG, Westert GP, van den Bos GA. Comorbidity in patients with diabetes mellitus: impact on medical health care utilization. BMC Health Serv. Res. 2006; 6(84):1-9.

Alvarenga PP, Pereira DS, Anjos DMC. Mobilidade funcional e função executiva em idosos diabéticos e não diabéticos. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos. 2010; 14(6): 491-496.

Cavalcanti A, Galvão C, Miranda SG. Mobilidade. In: Cavalcanti A, Galvão C. Terapia Ocupacional: Fundamentação e Prática. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda; 2007. p.427-434.

Caro CC, Costa JD, Cruz DMC. O uso de dispositivos auxiliares para a mobilidade e a independência funcional em sujeitos com Acidente Vascular Cerebral. Cad. Bras. Ter. Ocupacional, São Carlos. 2018; 26(3):558-568.

Bersch R. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre, 2017. [acesso em 2020 out. 21]. Disponível em: <https://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf>.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Guia para prescrição, concessão, adaptação e manutenção de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção. Brasília, DF; 2019. [acesso em 2020 jun. 13]. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_manutencao_orteses_proteses_auxiliares_locomocao.pdf>.

GALVÃO, Cláudia Regina Cabral; DE LIMA BARROSO, Bárbara Iansã; DE CASTRO GRUTT, Daniela. A tecnologia assistiva e os cuidados específicos na concessão de cadeiras de rodas no Estado do Rio Grande do Norte/Assistive Technology and specific care in the granting of wheelchairs in Rio Grande do Norte state. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, v. 21, n. 1, 2013.

Marinho FS, Moram CBM, Rodrigues PC, Franzoi ACOB, Salles GF, Cardoso CRL. Profile of disabilities and their associated factors in patients with type 2 diabetes evaluated by the Canadian occupational performance measure: the Rio De Janeiro type 2 diabetes cohort study. Disabil Rehbil. 2016; 38(21):2095-2101.

Kim KS, Kim SK, Sung KM, Cho YW, Park SW. Management of type 2 diabetes mellitus in older adults. Diabetes Metab J. 2012; 36(5):336-344.

Cardoso CRL, Moram CBM, Marinho FS, Ferreira MT, Salles GF. Increased aortic stiffness predicts future development and progression of peripheral neuropathy in patients with type 2 diabetes: the Rio de Janeiro Type 2 Diabetes Cohort Study. Diabetologia. 2015; 58 (9):2161-2168.

Cardoso CRL, Leite NC, Freitas L, Dias SB, Muxfeld ES, Salles GF. Pattern of 24-hour ambulatory blood pressure monitoring in type 2 diabetic patients with cardiovascular dysautonomy. Hypertens Res. 2008; 31(5):865–872.

Cardoso CR, Ferreira MT, Leite NC, Salles GF. Prognostic impact of aortic stiffness in high-risk type 2 diabetic patients: the Rio de Janeiro Type 2 Diabetes Cohort Study. Diabetes Care. 2013; 36 (11):3772–3778.

Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev. Bras. Reumatol. 1999; 39(3):143–150.

Law M; Baptiste S; Carswell A; Mccoll M; Polatajko H; Pollock N. Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM). Belo Horizonte: UFMG; 2009.

Cavalcanti A, Galvão C, Campos MA. Cadeira de Rodas e Sistema de Adequação postural. In: Cavalcanti A, Galvão C. Terapia Ocupacional: Fundamentação e Prática. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guabara Koogan Ltda; 2007. p. 451-461.

Cruz DMC, Emmel MLG. Associação entre papéis ocupacionais, independência, tecnologia assistiva e poder aquisitivo em sujeitos com deficiência física. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2013; 21(2):484- 491.

Glisoi SFN et al. Dispositivos auxiliares de marcha: orientação quanto ao uso, adequação e prevenção de quedas em idosos. Geriatria & Gerontologia, Rio de Janeiro. 2012; 6(3):261-272.

World Health Organization. WHO. WHO Global report on falls prevention in older age. Geneva: WHO, 2007. [acesso em 2020 jun. 13]. Disponível em: <https://extranet.who.int/agefriendlyworld/wp- content/uploads/2014/06/WHo-Global-report-on-falls-prevention-in-older-age.pdf>.

Organização Mundial da Saúde [OMS]. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF. Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde para a Família de Classificações Internacionais (Org.) Coordenação de tradução de Cássia Maria Buchalla. São Paulo: Edusp, 2003. 328 p.

Pelosi MP. O papel do terapeuta ocupacional na tecnologia assistiva. Cad. Bras. Ter. Ocupacional, São Carlos. 2005; 13(1):39-44.

Downloads

Publicado

01-02-2021

Edição

Seção

Artigo Original