O papel da Terapia Ocupacional nas unidades de terapia intensiva -- uma revisão da literatura/ The role of occupational therapy in intensive care units -- A literature review

Autores

  • Felipe Douglas Silva Barbosa Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas -- UNCISAL
  • Monique Carla da Silva Reis Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas -- UNCISAL

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto4753

Palavras-chave:

Reabilitação, Terapia Ocupacional, Unidade de Terapia Intensiva,

Resumo

Com o desenvolvimento da medicina, o número de pacientes críticos que sobrevivem vem aumentando substancialmente, embora isto venha resultando em algumas complicações que não eram comuns no passado. Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), os pacientes são comumente submetidos à sedação, imobilidade e tempo de internação prolongados, os quais podem contribuir para muitas complicações, incluindo sequelas neuromusculares e cognitivas, reduzindo a capacidade funcional e a qualidade de vida. Esta revisão de literatura tem o objetivo de contribuir para elucidar o papel da Terapia Ocupacional (TO) nas UTIs, especialmente como parte da equipe multidisciplinar de reabilitação precoce, na qual tem sido requisitada. A pesquisa na literatura foi realizada entre janeiro e fevereiro de 2015 utilizando as bases de dados SCOPUS, PubMed, Medline, Lilacs (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Electronic Library Online), e OTseeker. Foram encontrados 8 artigos que comporão esta revisão. Neste levantamento, identificamos uma quantidade limitada de artigos que focam o papel da TO nas Unidades de Terapia Intensiva. Concluiu-se com este levantamento que o TO poderá incluir em seus objetivos terapêuticos, a estimulação dos aspectos motores, cognitivos, sensoriais, psicológicos e sociais do indivíduo internado na UTI, favorecendo redução no tempo de recuperação bem como das sequelas devido às patologias e/ou adquiridas durante a internação na UTI. Embora se tenha uma quantidade pequena de evidência, esses artigos foram capazes de mostrar algumas práticas da TO, que pode ser o primeiro passo para clarificar o papel dessa profissão nas UTIs adulto.

Biografia do Autor

Felipe Douglas Silva Barbosa, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas -- UNCISAL

Graduado em Terapia Ocupacional pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Residência Multiprofissional em Cuidados Paliativos em adamento pelo Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP). Ex-bolsista do programa Ciencia Sem Fronteiras - James Cook University - Austrália (CAPES).

Monique Carla da Silva Reis, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas -- UNCISAL

Docente da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL), graduada em Terapia Ocupacional pela UNCISAL; pós-graduação em Saúde Mental pela Faculdade Integrada Tiradentes (FITS); Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL e doutoranda em Ciências da Saúde - DINTER UNCISAL/UFS. 

1.     .

Referências

Dinglas, VD; Colantuoni, E; Ciesla, N; Mendez-Tellez, PA; Shanholtz, C; Needham, DM. Occupational therapy for patients with acute lung injury: factors associated with time to first intervention in the intensive care unit. American Journal of Occupational Therapy. 2013; 67(3): 355-362. doi: http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2013.007807.

Ministério da Saúde. Resolução nº 7, de 24 de fevereiro de 2010. Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, fevereiro, 2010. Disponivel em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0007_24_02_2010.html>

Von Wild, KRH; Bock, WJ; Gobiet, W; Lehmann, U; et al. Neurorehabilitation following craniocerebral trauma. European Journal of Trauma. 2005; 31(4): 344-358. doi: 10.1007/s00068-005-2059-z.

Eifert, B; Maurer-Karattup, P; Schorl, M. Integration of intensive care treatment and neurorehabilitation in patients with disorders of consciousness: A program description and case report. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. 2013; 94(10): 1924-1933. doi: 10.1016/j.apmr.2013.03.030.

Murray, GD; Teasdale, TM; Braakman, R; et al. The European Brain Injury Consortium survey of head injuries. Acta Neurochir (Wien).1999; 141: 223--236.

Needham, DM; Korupolu, R; Zanni, J; et al. Early Physical Medicine and Rehabilitation for Patients with Acute Respiratory Failure: A Quality Improvement Project. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. 2010; 91(4): 536-542. doi: 10.1016/j.apmr.2010.01.002.

Schweickert, WD; Pohlman, MC; Pohlman, AS; et al. Early physical and occupational therapy in mechanically ventilated, critically ill patients: a randomised controlled trial. The Lancet. 2010; 373(9678): 1874-1882. doi: 10.1016/S0140-6736(09)60658-9.

Lippert-Grüner, M; Wedekind, C; Klug, N. Functional and psychosocial outcome one year after severe traumatic brain injury and early-onset rehabilitation therapy. J Rehabil Med. 2002; 34: 211--214.

Zanni, JM; Korupolu, R; Fan, E; Pradhan, P; et al. Rehabilitation therapy and outcomes in acute respiratory failure: An observational pilot project. Journal of Critical Care. 2010; 25(2): 254-262. doi: 10.1016/j.jcrc.2009.10.010.

Palm, RCM. Construindo ações interdisciplinares num hospital geral. Anais do congresso Brasileiro e IV simpósio Latino Americano de Terapia Ocupacional. Belo Horizonte: 1997.

Pulaski, KH. Disfunção neurológica no adulto. In: Neistadt, M,E; Crepeau, E,B. Willard & Spackman's Occupational Therapy. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan; 2002. 616-35.

Bombarda, TB; Lanza, AL. Terapia Ocupacional na unidade de terapia intensiva adulto. In: Anais do XII Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional, 2013; Florianópolis. São Carlos: Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar. 2013. p.108.

Galheigo, SM. Domínios e temáticas no campo das práticas. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo. 2007; 18(3): 113-121.

Pohlman, MC; Schweickert, WD; Pohlman, AS; et al. Feasibility of physical and occupational therapy beginning from initiation of mechanical ventilation. Critical Care Medicine. 2010; 38(11): 2089-2094. doi: 10.1097/CCM.0b013e3181f270c3.

Olkowski, BF; Devine, MA; Slotnick, LE; Veznedaroglu, E; Liebman, KM; Arcaro, ML; Binning, MJ. Safety and feasibility of an early mobilization program for patients with aneurysmal subarachnoid hemorrhage. Phys Ther. 2013; 93(2): 208-215. doi: 10.2522/ptj.20110334.

Santos, CAV. desafios da atuação da Terapia Ocupacional junto ao paciente crítico -- UTI. In: Anais do I Congresso de Terapia Ocupacional em Contextos e Cuidados Paliativos, 2014, Ribeirão Preto. Ribeirão Preto: Revista da faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. 2014. p. 27-8.

Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional -- COFFITO. Resolução n° 429 de 08 de julho de 2013. Reconhece e disciplina a especialidade de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares, define as áreas de atuação e as competências do terapeuta ocupacional especialista em Contextos Hospitalares e da outras providências. Disponível em: <http://coffito.gov.br/nsite/?s=429&cat=14> Acesso em:

Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional -- COFFITO. Resolução n° 445 de 26 de abril de 2014. Altera a Resolução-COFFITO n° 418/2011, que fixa e estabelece os Parâmetros Assistenciais Terapêuticos Ocupacionais nas diversas modalidades prestadas pelo Terapeuta Ocupacional. Disponível em: <http://coffito.gov.br/nsite/?s=445&cat=14> Acesso em:

De Carlo, MMRP; Bartalotti, CM; Palm, RCM. Terapia Ocupacional em reabilitação física e contextos hospitalares: Fundamentos para prática. In: De Carlo, M, M, R, P; Luzo, M, C, M. Terapia Ocupacional Reabilitação física e contextos hospitalares. São Paulo. ROCA; 2004, p. 03-28.

Oliveira, PVG; Araújo, ES; Maciel, PMS; Nascimento, CRF; Lousada, MLS. Terapia Ocupacional e unidade de terapia intensiva (UTI) adulto: resolução, caminhos e reflexão. In: Anais do XII Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional, 2013; Florianópolis. São Carlos: Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar. 2013. p. 752.

Carvalho, LMG. Terapia Ocupacional na reabilitação de pacientes neurológicos adultos. In: De Carlo, M, M, R, P; Luzo, M, C, M. Terapia Ocupacional Reabilitação física e contextos hospitalares. São Paulo. ROCA; 2004. 201-32

Radomski, MV. Traumatismo Cranioencefálico. In Trombly, C,A; Radomski, M,V. Terapia Ocupacional para Disfunções Físicas. Santos. Santos Editora; 2005. 855-884.

Hellweg, S. Effectiveness of physiotherapy and occupational therapy after traumatic brain injury in the intensive care unit. Crit Care Res Pract. 2012, 768456. doi: 10.1155/2012/768456.

Faria, I. Disfunções neurológicas. In Cavalcanti, A, Galvão, C. Terapia Ocupacional: fundamentação e prática. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan; 2007. 187-202.

Gutman, SA. Trauma Cranioencefálico. In Pedretti, L,W; Early, M,B. Terapia Ocupacional: Capacidades Práticas para as Disfunções Físicas. São Paulo. Roca, 2004. 704-38.

Lombardi, F; Taricco, M; De Tanti, A; Telaro, E; Liberati, A. Sensory stimulation for brain injured individuals in coma or vegetative state. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2002; 2;

Watson, M. Do patients with traumatic brain injury benefit from physiotherapy? A review of the evidence. Physical Therapy Reviews. 2001; 6: 233--49.

Sauron, F, N. Lesão da medula espinhal. In Cavalcanti, A, Galvão, C. Terapia Ocupacional: fundamentação e prática. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan; 2007. 204-15.

Luzo, MCM. Recursos tecnológicos em Terapia Ocupacional -- órteses e tecnologia assistiva. In: De Carlo, M, M, R, P; Luzo, M, C, M. Terapia Ocupacional: Reabilitação física e contextos hospitalares. São Paulo. ROCA; 2004. 99-126.

Manzini, MG; Assis, CP; Martinez, CMS. Contribuições da Terapia Ocupacional na área da comunicação suplementar e/ou alternativa: análise de periódicos da Terapia Ocupacional. Cad. Ter. Ocup. UFSCar. 2013. São Carlos; 21(1): 9-73.

Bittencourt, RS; Pinto, LM, Loureiro, MB. Prática do terapeuta ocupacional em uma unidade de terapia intensiva: relato de experiência. In: Anais do XII Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional, 2013; Florianópolis. São Carlos: Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar. 2013. p.839.

De Carlo, MMRP; Elui, VMC; Packer, MP. Terapia Ocupacional e atenção a pacientes com dor não-oncológicas. In: De Carlo, M,M,R,P. Dor e cuidados paliativos: Terapia Ocupacional e interdisciplinaridade. São Paulo. ROCA; 2007. 167-90.

Nogueira, DL; Soares, VL. Humaniza-sus: o Terapeuta Ocupacional como facilitador no acesso de familiares a pacientes de cuidados intensivos. In: XIV Encontro Nacional de Docentes de Terapia Ocupacional -- II Seminário Nacional de Pesquisa em Terapia Ocupacional, 2014; João Pessoa. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar. 2014. p. 448.

Turner-Stokes, L. Evidence for the effectiveness of multi-disciplinary rehabilitation following acquired brain injury: a synthesis of two systematic approaches. J Rehabil Med. 2008; 40: 691--701;

Sherburne, E. A rehabilitation protocol for the neuroscience intensive care unit. J Neurosci Nurs. 1986; 18: 140--45;

Choi, JH; Jakob, M; Stapf, C; Marshall, RS; Hartmann, A; Mast, H. Multimodal early rehabilitation and predictors of outcome in surviviors of severe traumatic brain injury. J Trauma. 2008; 65: 1028--1035.

Downloads

Publicado

29-04-2017

Edição

Seção

Artigo de Revisão