A perspectiva de crianças e adolescentes sobre brincar durante a hospitalização/The perspective of children and adolescents about playing during hospitalization

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto53666

Palavras-chave:

Saúde.

Resumo

Introdução: A hospitalização provoca impactos à vida da criança e do adolescente, por apresentar um caráter desafiador em um ambiente desconhecido. Nesse contexto, o brincar pode ser um recurso aliado dos pacientes durante a internação. Objetivo: Compreender a perspectiva da criança e do adolescente sobre o brincar no período de hospitalização. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo realizado em uma enfermaria pediátrica. Os instrumentos de coleta foram: questionário sociodemográfico, “Critério de Classificação Econômica Brasil – CCEB da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa” e o roteiro de entrevista. Para a análise dos dados, optou-se pela abordagem descritiva qualitativa baseada em Sandelowski. Resultados: O estudo contou com a participação de 10 crianças e adolescentes. A análise dos dados gerou duas categorias: “brincando no hospital” e “utilização do brincar como estratégia de enfrentamento do processo de hospitalização”. Os resultados destacaram a brinquedoteca, o leito e o quarto como os locais para a realização do brincar durante a hospitalização, além de uma diversidade de recursos utilizados durante as brincadeiras. Destaca-se os benefícios do brincar durante a internação pediátrica como estratégia de enfrentamento da hospitalização. Conclusão: O brincar contribui para o enfrentamento da hospitalização pediátrica, possibilitando a distração, o alívio de tensões, o preenchimento do tempo ocioso e a fuga da realidade. Além disso, foi possível verificar que os adolescentes apresentaram preferência pelos quartos para a realização do brincar, apesar da disponibilidade da brinquedoteca

Palavras-chave: Hospitalização. Jogos e Brinquedos. Saúde da criança. Saúde do adolescente

 

Abstract

Introduction: Hospitalization causes impacts the lives of children and adolescents, as it presents a challenging character, in an unknown environment. In this context, playing can be an allied resource for patients during hospitalization. Objective: To understand the perspectives of children and adolescents about playing during hospitalization. Methods: This is a descriptive study carried out in a pediatric unit. The data collection instruments were: a sociodemographic questionnaire, “Brazilian Economic Classification Criteria – CCEB of the Brazilian Association of Research Companies” and the interview. For data analysis, a qualitative descriptive approach based on Sandelowski was chosen. Results: Ten children and adolescents participated in the study. Data analysis generated two categories: “playing in the hospital” and “use of play as a coping strategy in the hospitalization process”. The results highlighted the play library, the bed, and the bedroom as the places to play during hospitalization, in addition to a diversity of resources used during the games. The benefits of playing during pediatric hospitalization are highlighted as a strategy for coping with hospitalization. Conclusion: Playing contributes to coping with pediatric hospitalization, enabling distraction, relieving tension, filling time and escaping reality. In addition, it was possible to verify that the adolescents showed a preference for rooms for playing, despite the availability of the play library.

Keywords: Hospitalization. Play and Playthings. Child health. Adolescent health

 

Resumen

Introducción: La hospitalización provoca impactos en la vida de los niños y adolescentes, ya que presenta un carácter desafiante, en un entorno desconocido. En este contexto, el juego puede ser un recurso aliado para los pacientes durante la hospitalización. Objetivo: Comprender la perspectiva de niños y adolescentes sobre el juego durante la hospitalización. Métodos: Se trata de un estudio descriptivo realizado en un servicio de pediatría. Los instrumentos de recolección fueron: cuestionario sociodemográfico, “Criterios de Clasificación Económica Brasileña – CCEB de la Asociación Brasileña de Empresas de Investigación” y el guión de entrevista. Para el análisis de los datos se optó por un enfoque descriptivo cualitativo basado en Sandelowski. Resultados: El estudio contó con la participación de 10 niños y adolescentes. El análisis de los datos generó dos categorías: “jugar en el hospital” y “uso del juego como estrategia de afrontamiento del proceso de hospitalización”. Los resultados destacaron la ludoteca, la cama y el dormitorio como los lugares de juego durante la hospitalización, además de una diversidad de recursos utilizados durante los juegos. Se destacan los beneficios del juego durante la hospitalización pediátrica como estrategia de enfrentamiento de la hospitalización. Conclusión: El juego contribuye para el enfrentamiento de la internación pediátrica, posibilitando la distracción, aliviando la tensión, llenando los tiempos muertos y escapando de la realidad. Además, fue posible verificar que los adolescentes prefirieron las salas para jugar, a pesar de la disponibilidad de la ludoteca.

Palabras clave: Hospitalización. Juego e Implementos de Juego. Salud del Niño. Salud del Adolescente

Biografia do Autor

Lucas Ramon Santos Souza, Universidade Federal de São Carlos

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos

Referências

Angelo, T. S., & Vieira, M. R. R. (2010). Brinquedoteca hospitalar: da teoria à prática. Revista Arquivos de Ciências da Saúde, 17(2), 84-90. https://repositorio-racs.famerp.br/racs_ol/vol-17-2/IDO4_%20ABR_JUN_2010.pdf

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (2014). Cortes do Critério. Critério de Classificação Econômica Brasil (ABEP)

Brasil (2005). Presidência da República. Lei Nº 11. 104/2005, de 21 de março de 2005. Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. Casa Civil, Brasília. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11104.htm

Brunello, M. I. B., Murasaki, A. K., & Nóbrega, J. B. G. (2010). Oficina de construção de jogos e brinquedos de sucata: ampliando espaços de aprendizado, criação e convivência para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 21(1), 98-103. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v21i1p98-103

Bundy, A. C. (2000). Recreação e entretenimento: O que procurar. In.: L. D. Parham & L. S. Fazio (Eds.), A recreação na terapia ocupacional pediátrica (pp. 52-66). Santos Editora

Carvalho, E. O., Lima, L. N., Melo, M. C., Beckmann, L. M. M., & Silva, V. B. (2020) Experiência da criança sobre a hospitalização: abordagem da sociologia da infância. Cogitare enfermagem, 25, e71321. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.71321

Castro, A. R. V., & Almeida, A. P. (2006). Utilização do brinquedo terapêutico na assistência de enfermagem à clientela. In: Silva, A. P. A.,

Forte, M. J. P., Juliani, R. C.T. P., & Azevedo, S. D. R (Eds.), Instituto da criança 30 anos: ações atuais na atenção interdisciplinar em pediatria. Yendis

Chiattone, H. B. C. (2003). A criança e a hospitalização. In: Angerami-

Camon, V. A. (Ed.), A psicologia no hospital (pp. 73-167). Pioneira Thomson Learning

Costa, J. S., & Santos, M. L. S. C. (2016). Grupo de adolescentes hospitalizados com doença crônica não transmissível como tecnologia de cuidado em enfermagem. Revista Enfermagem UFPE Online, 10(2), 508-514. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v10i2a10983p508-514-2016

Farias, D. H. R., Almeida, M. F. F., Gomes, G. C., Lunardi, V. L., Vieira, E., & Lourenção, L. G. (2021). Cultura familiar versus cultura institucional hospitalar: relação entre dois mundos. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 55, e20200267. https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2020-0267

Ferreira, A. L., Pinto, A. D. V., Parreira, F. V., Gonçalves, G. B., & Coelho, Z. A. C. (2005). O brincar como mediador da relação pais e filhos no contexto ambulatorial e hospitalar: relato de experiência. Encontro de extensão da UFMG.

Guzman, C. R., & Cano, M. A. T. (2006). O adolescente e a hospitalização. Revista Eletrônica de Enfermagem, 2(2). https://www.revistas.ufg.br/fen/article/download/690/758?inline=1

Kovács, M. J. (2005). Educação para a morte. Psicologia: ciência e profissão, 25(3), 484-497. https://doi.org/10.1590/S1414-98932005000300012

Kudo, A. M., Barros, P. B. M., & Joaquim, R. H. V. T (2018). Terapia Ocupacional em enfermaria pediátrica. In: De Carlo, M. M. R. P. & Kudo A. M. (Eds.), Terapia Ocupacional em contextos hospitalares e cuidados paliativos (pp. 127-149). Editora Payá

Lima, L. N., Carvalho, E. D. O., Silva, V. B. D., & Melo, M. C. (2020). Experiência autorrelatada da criança hospitalizada: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Enfermagem, 73(Supl 4), e20180740. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0740

Lino, I. M. B. S. (2013). O Adolescente e a Vivência da Hospitalização [Dissertação de mestrado, Instituto Politécnico da Guarda]. https://silo.tips/download/escola-superior-de-saude-instituto-politecnico-da-guarda-i-curso-de-mestrado-em

Marques, E. P., Garcia, T. M. B., Anders, J. C. A., Luz, J. H., Rocha, P. K. R., & Souza, S. (2016). Lúdico no cuidado à criança e ao adolescente com câncer: perspectivas da equipe de enfermagem. Escola Anna Nery, 20(3), e20160073. https://doi.org/10.5935/1414-8145.20160073

Mitre, R. M (2000). Brincando para viver: um estudo sobre a relação entre a criança gravemente adoecida e hospitalizada e o brincar [Dissertação de mestrado, Fundação Oswaldo Cruz]. https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3550

Mitre, R. M. D. A., & Gomes, R. (2004). A promoção do brincar no contexto da hospitalização infantil como ação de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 9(1), 147-154. https://doi.org/10.1590/S1413-81232004000100015

Morgan, D. L. (1993). Qualitative content analysis: a guide to paths not taken. Qualitative health research, 3(1), 112–121. https://doi.org/10.1177/104973239300300107

Motta, A. B., & Enumo S. R. F. (2004). Brincar no hospital: estratégia de enfrentamento da hospitalização infantil. Psicologia em estudo, 9(1), 19-28. https://doi.org/10.1590/S1413-73722004000100004

Motta, A. B., Perosa, G. B., Barros, L., Silveira, K. A., Lima, A. S. S., Carnier, L. E., Hostert, P. C. C. P., & Caprini F. R. (2015). Comportamentos de coping no contexto da hospitalização infantil. Estudos de Psicologia (Campinas), 32(2), 331-341. https://doi.org/10.1590/0103-166X2015000200016

Oliveira, D. K. M. A., & Oliveira, F. C. M. (2013). Benefícios da brinquedoteca à criança hospitalizada: uma revisão de literatura. Revista de Atenção à Saúde, 11(35), 37-44. https://doi.org/10.13037/rbcs.vol11n35.1775

Oliveira, V. B., Oliveira Junior, C. R., & Lopes, B. A. (2015). O brincar como instrumento de resgate do cotidiano da criança hospitalizada. Boletim - Academia Paulista de Psicologia, 35(88), 93-108. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2015000100007&lng=pt&tlng=pt.

Parcianello, A. T. (2008). E agora doutor, onde vou brincar? Considerações sobre a hospitalização infantil. Barbarói, 147-166. https://doi.org/10.17058/barbaroi.v0i0.356

Sandelowski, M. (2000). Whatever happened to qualitative description?. Research in nursing & health, 23(4), 334–340. https://doi.org/10.1002/1098-240x(200008)23:4<334::aid-nur9>3.0.co;2-g

Santos, C. A., Marques, E. M., & Pfeifer, L. I. (2010). A brinquedoteca sob a visão da terapia ocupacional: diferentes contextos. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 14(2), 91-102. https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/158

Sposito, A. M. P., Garcia-Schinzari, N. R., Mitre, R. M. A., Pfeifer, I. L.,

Lima, R. A. G., & Nascimento, L. C. (2018). O melhor da hospitalização: contribuições do brincar para o enfrentamento da quimioterapia. Avances en Enfermería, 36(3), 328-337. https://doi.org/10.15446/av.enferm.v36n3.61319

Whaley, L. F., & Wong, D. L. (2014). Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à interação efetiva. Guanabara Koogan

Downloads

Publicado

30-11-2022

Edição

Seção

Artigo Original