Terapia ocupacional no apoio à gestão socioassistencial em territórios de exceção por meio de oficinas emancipatórias./ Occupational Therapy in support of social assistance management in exceptional territories through emancipatory workshops

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto58610

Palavras-chave:

Terapia Ocupacional. Território Sociocultural. Apoio Social. Pesquisa participativa baseada na comunidade. Emancipação Social.

Resumo

Introdução: O Sistema Único da Assistência Social, historicamente, é desafiado pelos recursos escassos que lhes são direcionados, consolidando a perspectiva de focalização. Analisando a gestão dos territórios no período pré-pandêmico, percebe-se que não há estado de emergência causado pela crise; os problemas são regra, deflagrando o que nomeamos de territórios de exceção. Objetivo: investigar elementos relacionados à gestão de territórios de exceção a fim de contribuir com as práticas de Terapia Ocupacional Social voltadas aos trabalhadores da Proteção Social Básica. Método: trata-se de uma pesquisa participativa, utilizando-se das Oficinas Emancipatórias, na qual participaram 7 trabalhadores de um Centro de Referência da Assistência Social. Os dados foram extraídos dos diários de campo e das gravações das oficinas.  Resultados e Discussão: os achados foram categorizados e debatidos a partir da gestão interpessoal, institucional e político-municipal. Respectivamente, encontramos a permanência do cansaço e carência de reconhecimento social, da gestão da escassez, e da ausência de planejamento de ações radicais. Considerações finais: A exceção faz parte do funcionamento normal do território, compondo também o modo como ele é gerido pela assistência social. Através das oficinas emancipatórias foi possível evidenciar contradições e superar alguns problemas territoriais, processo esse que traz importantes contribuições para a Terapia Ocupacional

Palavras-chave: Terapia Ocupacional. Território Sociocultural. Apoio Social. Pesquisa participativa baseada na comunidade. Emancipação Social


Abstract

Introduction: The Unified Social Assistance System has been historically challenged by the scarce resources allocated to them, consolidating the focus perspective. The analysis of the management of the territories in the pre-pandemic period shows that there is no state of emergency caused by the crisis; problems are the rule, triggering what we call territories of exception. Objective: to investigate elements related to the management of territories of exception to contribute to Social Occupational Therapy practices involving at Basic Social Protection workers. Method: this is a participatory research, using the Emancipatory Workshops. Seven Social Assistance Reference Center workers participated. Data were extracted from field diaries and workshop recordings. Results and Discussion: the findings were categorized and discussed based on interpersonal, institutional and political-municipal management. Respectively, we found the permanence of tiredness and lack of social recognition, scarcity management, and the absence of planning for radical actions. Final considerations: The exception is part of the normal functioning of the territory, also composing the social assistance management. Through the emancipatory workshops, it was possible to highlight contradictions and overcome some territorial problems, a process that brings important contributions to Social Occupational Therapy.

Key words: Occupational Therapy. Sociocultural Territory. Social Support. Community-Based Participatory Research. Social Emancipation


Resumen

Introducción: El Sistema Único de Asistencia Social, históricamente, se ha visto desafiado por los escasos recursos que se le asignan, consolidando la perspectiva del enfoque. Analizando la gestión del territorio en el período previo a la pandemia, es claro que no existe un estado de emergencia provocado por la crisis; los problemas son la regla, desencadenando lo que llamamos territorios de excepción. Objetivo: investigar elementos relacionados con la gestión de territorios de excepción para contribuir a las prácticas de Terapia Social Ocupacional dirigidas a los trabajadores de la Protección Social Básica. Método: se trata de una investigación participativa, utilizando los Talleres Emancipadores, en la que participaron 7 profesionales de un Centro de Referencia de Asistencia Social. Los datos fueron extraídos de diarios de campo y grabaciones de talleres. Resultados y Discusión: los hallazgos fueron categorizados y discutidos a partir de la gestión interpersonal, institucional y político-municipal. Respectivamente, encontramos la permanencia del cansancio y la falta de reconocimiento social, la gestión de la escasez y la ausencia de planificación de acciones radicales. Consideraciones finales: La excepción forma parte del funcionamiento normal del territorio, componiendo también la forma en que es gestionado por la asistencia social. A través de los talleres emancipatorios fue posible evidenciar contradicciones y superar algunos problemas territoriales, proceso que trae importantes aportes a la Terapia Social Ocupacional.

Palabras clave: Terapia Ocupacional. Território Sociocultural. Apoyo Social. Investigación Participativa Basada en la Comunidad. Social Emancipación

Referências

Agamben, G. (2004). Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. Editora UFMG

Antunes, R. (2020). Coronavírus: O trabalho sob fogo cruzado. Boitempo.

Bartholo, L. (2020). Webinário #5 | Covid-19 e os desafios da assistência social. 2020. vídeo (100 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2YKC78G3-iw&feature=youtu.be. Acesso em: 17 jun. 2020.

Brandão, C. R. & Borges, M. C. (2008). A pesquisa participante: um momento da educação popular. Revista De Educação Popular, 6(1). Recuperado de https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/19988

Brasil. (2004). Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Brasília: Secretaria Nacional de Assistência Social.

BRASIL. (2011). Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS. Resolução N°17, de 20 de junho de 2011.

Cho, J & Trent, A. (2006). Validity in qualitative research revisited. Qualitative Research Journal, 6 (3), 319-340.https://doi.org/10.1177/1468794106065006.

Costa, H. de O. (2020). Coronavírus, democracia e o estado de exceção. Ponto-E-Vírgula, (26), 57–67. https://doi.org/10.23925/1982-4807.2019i26p57-67.

Córdoba, A. G. (2020). Sobre as novas formas de colonização em terapia ocupacional. Reflexões sobre Justiça Ocupacional na perspectiva de uma filosofia política crítica. Cadernos Brasileiros De Terapia Ocupacional, 28(4), 1365–1381. https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoARF2175

Cruz, D. M. C. da, Souza, F., & Emmel, M. L. G. (2014). Formação do terapeuta ocupacional para a gestão. Revista De Terapia Ocupacional Da Universidade De São Paulo, 25(3), 309-316. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v25i3p309-316

Fanon, Frantz (1965). Os Condenados da Terra. Ulisseia.

Fazzini, L. (2018). Territórios de exceção: poder, espaço urbano, literatura. RUA, 24(2). https://doi.org/10.20396/rua.v24i2.8653877.

Gonçalves, M. C. (2013). A Princesa do Sul de Bernardo e Jerônimo: a Pelotas escravista a partir de crônicas e folhetins. 6º Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, 2013, p. 1-15. https://labhstc.paginas.ufsc.br/files/2013/04/Mariana-Couto-Gon%C3%A7alvestexto.pdf

Gonçalves, M. & Carvalho, C. (2022). Desafios e práticas na gestão em tempos de pandemia: a experiência do departamento de terapia ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Práticas em Gestão Pública Universitária, 6(1), 233-253. Recuperado de https://revistas.ufrj.br/index.php/pgpu/article/view/45906/28783

Granemann, S. (2021). Crise econômica e a Covid-19: rebatimentos na vida (e morte) da classe trabalhadora brasileira. Trabalho, Educação e Saúde, 19, e00305137. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00305

Han, Byung-Chul. (2015). Sociedade do cansaço. Vozes, 2015.

Loner, A.B. (1999). Negros: organização e luta em Pelotas. História em revista. Pelotas: UFPel, 5, 07-27.

Marx, K. (2013). O capital. São Paulo: Boitempo.

Mereb,H. P. (2011). Loteamento Dunas e sua microfísica de poder. [Dissertação de Mestrado em Educação, Universidade Federal de Pelotas] http://guaiaca.ufpel.edu.br:8080/handle/123456789/1625.

Pandolfi, A.F; Braga, D. K. C. S.; Leal, F. X., Barbosa, R. S & Borges, R. E. S. (2022) O auxílio emergencial no Brasil durante a pandemia por Covid-19. Ser Social, 25(51), 305-325. https://doi.org/10.26512/sersocial.v24i51.33863

Soares, C. B., Campos, C. M. S. & Yonekura, T. (2013). Marxismo como referencial teóricometodológico em saúde coletiva: implicações para a revisão sistemática e síntese de evidências. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 47(6), 1403-1409. doi:10.1590/S0080-623420130000600022

Stuchi, C. Webinário #5 | Covid-19 e os desafios da assistência social, 2020. 1 video(100 min). https://www.youtube.com/watch?v=2YKC78G3-iw&feature=youtu.be. Acesso em: 17 jun. 2020.

Tonet, I. (2013). Educação, cidadania e emancipação humana. Maceió: Edufal.

Vázquez, A.S. (1997). Filosofia da práxis. Tradução de Luiz Fernando Cardoso. 2. ed, Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Downloads

Publicado

15-08-2023