Sobre o ser doula: possíveis atuações de terapeutas ocupacionais no parto e nascimento / About being a doula: Possible actions of occupational therapists in childbirth and birth

Autores/as

  • Victória Marques Santos Terapeuta Ocupacional do CAPS Infantojuvenil II Cidade Ademar-São Paulo.
  • Alana de Paiva Nogueira Fornereto Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto30788

Palabras clave:

Terapia Ocupacional, Doula, Rede Cegonha, Parto, Gestação

Resumen

Diante do atual cenário das políticas de humanização de assistência ao pré-natal, parto e nascimento e as diretrizes da Rede Cegonha, surge este estudo, fruto de um trabalho de conclusão de curso. O estudo em questão teve como objetivo compreender, a partir da visão de terapeutas ocupacionais que são doulas, suas principais ações e analisar se existem especificidades na sua atuação durante o processo de parto e nascimento. Trata-se de um estudo exploratório, transversal e de caráter qualitativo, que adotou a técnica de coleta de dados bola de neve (“Snowball”). A coleta se deu por meio de entrevistas semi-estruturadas realizadas no estado de São Paulo com terapeutas ocupacionais que possuem capacitação de doulas. A análise de dados foi feita por meio da análise de conteúdo, através da técnica de análise temática. Os resultados apontam que a terapeuta ocupacional com formação de doula possui subsídio teórico e prático para compor e atuar junto à equipe de assistência à mulher e ao bebê e tanto a terapeuta ocupacional quanto a doula se preocupam com aspectos semelhantes no parto e nascimento.

 

Abstract

In view of the current scenario of humanization policies for prenatal care, childbirth and birth and the guidelines of the "Rede Cegonha", this study emerges, the result of a course completion work. The study aimed to understand, from the perspective of occupational therapists who are doulas, their main actions and to analyze whether there are specificities in their performance during the process of childbirth and birth. This is an exploratory, cross-sectional and qualitative study, which adopted the Snowball data collection technique. The collection took place through semi-structured interviews conducted in the state of São Paulo with occupational therapists who have doulas training. Data analysis done through content analysis, using the thematic analysis technique. The results show that the occupational therapist with doula training has theoretical and practical support to compose and work with the team of assistance to women and babies and both the occupational therapist and the doula are concerned with similar aspects in childbirth and birth.

Keywords: Occupational Therapy, Doula, "Rede Cegonha", Childbirth, Pregnancy.

 

Resumen

En vista del escenario actual de las políticas de humanización para la atención prenatal, el parto y nacimiento y las pautas de Rede Cegonha, aparece este estudio, el resultado de un trabajo de finalización de curso. El estudio en cuestión tenía la intención de comprender, desde la perspectiva de los terapeutas ocupacionales que son doulas, sus principales acciones y analizar si hay especificidades en su desempeño durante el proceso de trabajo de parto y nacimiento. Este es un estudio exploratorio, transversal y cualitativo, que adopta la técnica de recolección de datos de bola de nieve ("Snowball"). La colección se realizó a través de entrevistas semiestructuradas realizadas en el estado de São Paulo con terapeutas ocupacionales que tienen capacitación en doulas. El análisis de datos se realizó mediante análisis de contenido, utilizando la técnica de análisis temático. Los resultados muestran que el terapeuta ocupacional con capacitación en doulas tiene apoyo teórico y práctico para componer y trabajar con el equipo de atención de la mujer y el bebé, y tanto el terapeuta ocupacional como la doula están preocupados por aspectos similares del trabajo de parto y nacimiento.

Palabras clave: Terapia Ocupacional, Doula, “Rede Cegonha”, Parto, Embarazo.

 

Biografía del autor/a

Alana de Paiva Nogueira Fornereto, Universidade Federal de São Carlos

Professora Adjuntado Depto. de Terapia Ocupacional - área Saúde Mental

Citas

Mott M. Assistência ao Parto: Do domicilio ao hospital (1830-1960). Projeto História, São Paulo, 2002; p. 197-219.

Seibert Sl et al. Medicalização X Humanização: O cuidado ao parto na historia. Revista de Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, 2005; p.245-251.

Bruggemann OM. Resgatando a história obstétrica para vislumbrar a melodia da humanização. In: Zampieri MFM, Oliveira ME, Bruggemann OM. A melodia da humanização: reflexões sobre o cuidado no processo de nascimento. Florianópolis (SC): Editora Cidade Futura; 2001. p.23-36.

Pontes MGA, Lima GMB, Feitosa IP, Trigueiro JVS. Parto nosso de cada dia um olhar sobre as transformações e perspectivas da assistência. Revista Ciência Saúde Nova Esperança. Porto Alegre. 2014 (12)1: p. 67-78.

Tornquist CS. Parto e poder: análise do movimento pela humanização do parto no Brasil. Tese de doutorado. Ilha de Santa Catarina: UFSC; 2004.

Hirsch ON. O parto “natural” e “humanizado” na visão de mulheres de camadas médias e populares no Rio de Janeiro. Civitas. Porto Alegre. 2015; 15(2): p.229-249.

Diniz CSG. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciência & Saúde Coletiva. São Paulo.2005; 10(3): p.627-637.

Carneiro RG. Cenas de parto e políticas do corpo: uma etnografia de práticas femininas de parto humanizado. Tese de doutorado em Ciências Sociais. Campinas: Universidade Estadual de Campinas; 2011.

Klaus M, Kennel J, Berkowitz G, Klaus P. Maternal assistance and support in labor: father, nurse, midwife, or doula. Clinical Consultations in Obstetrices And Gynecology.1992; (4)4: p.211-217.

Souza KRF, DIAS MD. História oral: A experiência das doulas no cuidado da mulher. Acta Paulista de Enfermagem. Recife. 2010; 23(4): p.493-499.

Fleischer S. Doulas como “amortecedores afetivos”: notas etnográficas sobre uma nova acompanhante no parto. Revista Ciências Sociais UNISINOS.2005; 41(1): p. 11-22.

Castello CCS. A doulagem como um “divisor de águas”: uma etnografia do Curso de Formação de Doulas e Educadoras Perinatais da Matriusca. Monografia Graduação. Brasília:Universidade de Brasília; 2016.

Organização Mundial Da Saúde. Maternidade Segura. Assistência ao parto normal: um guia prático. Genebra: OMS;1996.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília: Ministério da Saúde; 2001.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Manual prático para implementação da Rede Cegonha. Brasília: 2011.

Nascimento CRF et al. Ações de terapia ocupacional com adolescentes gestantes na rotina diária. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup. Rio de Janeiro. 2017; 1(5): p.556-573.

Cruz JA; Guarany NR. Desempenho ocupacional e estresse: aplicação de manual de orientações e cuidados a gestantes de risco. Rev Ter. Ocup.Univ. São Paulo. 2015; 26(2): p.201-206.

Galheigo SM. Domínios e temáticas no campo das práticas hospitalares em terapia ocupacional: uma revisão da literatura brasileira de 1990 a 2006. Rev Ter. Ocup.Univ. São Paulo. São Paulo.2007; 18(3): p. 113-121.

Nogueira CMB. Os Benefícios da Humanização do Parto para Mãe-Bebê e a Possibilidade de Atuação do Profissional de Terapia Ocupacional. São Carlos. Monografia Graduação - Curso de Terapia Ocupacional, Universidade Federal de São Carlos, 2014.

Marques KR et al. A Importância da Terapia Ocupacional no Pré-parto, Parto e Puerpério. Multitemas. 2002; 26(9): p.108-122.

Ferigato SH et al. A Corporeidade de Mulheres Gestantes e a Terapia Ocupacional: Ações Possíveis na Atenção Básica em Saúde. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional. São Carlos. 2018; 26(4): p.768-783.

Goodman L. Snowball Sampling. In: Annals of Mathematical Statistics. United States: Institute of Mathematical Statistics; 1961. p. 148-170.

Minayo MCS (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29° ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2010.

Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

Schroeder C, Bell J. Doula Birth Support for Incarcerated Pregnant Women. Public Health Nurse.2005; 22(1): p. 53-58.

Barbosa MBB et al. Doulas como dispositivos para humanização do parto hospitalar: do voluntariado à mercantilização. Saúde em Debate. Rio de Janeiro. 2018; 42 (117): p.420-429.

Bezerra MG et al. Fatores culturais que interferem nas experiências das mulheres durante o trabalho de parto. Revista Latino-Americana de Enfermagem. Ribeirão Preto. 2006; 3(14): p. 414-421.

Maldonado MT. Psicologia da gravidez: parto e puerpério. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

Benetton MJ. Atividades: tudo o que você quis saber e ninguém respondeu. Revista CETO. São Paulo. 2008; 11(11): p. 26-29.

Fornereto APN. Alguns apontamentos sobre a supervisão de casos a partir do Método Terapia Ocupacional Dinâmica (MTOD) e o ensino de terapia ocupacional. Cad. Bras. Ter. Ocup. São Carlos. 2018; 26(2): p.501-507.

Publicado

2020-08-06