Influência da carreira esportiva paralímpica no perfil ocupacional de paratletas/ Influence of paralympic sports career on the occupational profile of parathletes
DOI :
https://doi.org/10.47222/2526-3544.55798Mots-clés :
Ocupação. Paratleta. Perfil Esportivo. Jogos Paralímpicos.Résumé
Introdução: O paratleta sofre elevados níveis de exigências e a dificuldade de conciliar as atividades do cotidiano com a rotina de treino pode acarretar a perda de demais papéis ocupacionais. Objetivo: Identificar e caracterizar o perfil ocupacional de paratletas, antes e após o ingresso na carreira esportiva. Método Estudo observacional, de corte transversal, do tipo descritivo exploratório, de abordagem quantitativa, com paratletas do Centro de Treinamento Esportivo da Universidade Federal de Minas Gerais. Os paratletas responderam ao questionário sociodemográfico e à Lista de Identificação dos Papéis Ocupacionais. Realizou-se uma análise descritiva dos dados obtidos. Resultados: Participaram do estudo dezesseis paratletas, sendo oito da modalidade de atletismo e oito da natação, com idade média de 29,8 anos. A carreira esportiva impactou no desempenho dos demais papéis ocupacionais dos atletas no tempo presente, reduzindo o desempenho dos papéis Estudante, Trabalhador, Voluntário e Religioso, e aumentando o desempenho dos papéis Passatempo/Amador e Cuidador, após o ingresso na carreira esportiva. Conclusão: Foi constatada uma mudança significativa no repertório ocupacional dos paratletas, a partir do ingresso no esporte. Observa-se a redução do desempenho de alguns papéis com alta taxa de desempenho no passado, e o aumento de desempenho de outros. Em geral, observou-se uma grande expectativa de ampliação dos papéis ocupacionais no futuro. Percebe-se a relevância do terapeuta ocupacional no campo do paradesporto, para encontrar estratégias rumo a um melhor desempenho e satisfação para os papéis ocupacionais apontados como importantes para os paratletas, conciliando os diferentes papéis com a alta performance.
Palavras-chave: Paratleta. Perfil ocupacional. Paraesporte
Abstract
Introduction: High-performance para-athletes face high levels of demands, and the difficulty combining daily activities with the training routine can lead to the loss of other occupational roles. Objective: To identify and characterize the Occupational Profile of Paralympic athletes, before and after starting their sports careers. Method: Observational, cross-sectional, descriptive, and exploratory study, with a quantitative approach, with Paralympic athletes from the Sports Training Center of the Federal University of Minas Gerais. The athletes answered the sociodemographic questionnaire and the Occupational Roles Identification List. A descriptive analysis of the data was carried out. Results: Sixteen athletes participated in the study, eight athletes from athletics and eight from swimming, with an average age of 29.8 years. The sports career impacted the performance at other occupational roles oh the athletes in the present time, reducing their performance at Student, Worker, Volunteer, and Religious roles, and increasing their performance at Hobby/Amateur, and Caregiver roles. Conclusion: The results help understand the complexity of combining paralympic sports with other occupational roles. The relevance of the occupational therapist in the field of parasports can be seen, in order to find strategies with the parathelete towards a better performance and level of satisfaction for the occupational roles indicated as important for these individuals. The occupational therapist can help the parathelete to rebuild his roles, considering the focus on sports performance in a high performance career, reconciling the different occupational roles with the high productivity required.
Keywords: Parathlete. Occupational Profile. Para Sports.
Resumen
Introducción: El para-atleta sufre altos niveles de exigencia y la dificultad de conciliar las actividades diarias con la rutina de entrenamiento puede conducir a la pérdida de otros roles ocupacionales. Objetivo: Identificar y caracterizar el perfil ocupacional de los para-atletas, antes y después de ingresar a la carrera deportiva. Método: Estudio descriptivo observacional, transversal, exploratorio, con abordaje cuantitativo, con para-atletas del (informação suprimida). Los atletas discapacitados respondieron el cuestionario sociodemográfico y la Lista de Identificación de Roles Ocupacionales. Se realizó un análisis descriptivo de los datos obtenidos. Resultados: Estudio descriptivo observacional, transversal, exploratorio, con abordaje cuantitativo, con para-atletas del Centro de Formación Deportiva de la Universidad Federal de Minas Gerais. Los atletas discapacitados respondieron el cuestionario sociodemográfico y la Lista de Identificación de Roles Ocupacionales. Se realizó un análisis descriptivo de los datos obtenidos. Conclusión: Se encontró un cambio significativo en el repertorio ocupacional de los para-atletas después de iniciarse en el deporte. Hay una reducción en el desempeño de algunos roles con una alta tasa de desempeño en el pasado y un aumento en el desempeño de otros. En general, había una gran expectativa de ampliar los roles ocupacionales en el futuro. Se percibe la relevancia del terapeuta ocupacional en el campo del paradeporte, para encontrar estrategias hacia un mejor desempeño y satisfacción de los roles ocupacionales identificados como importantes para los para-atletas, conciliando los diferentes roles con un alto desempeño.
Palabras clave: Paratleta. Perfil Ocupacional. Paradeportes
Références
Alves, A. C. J., & Marques, M. P. (2021). Tecnologia Assistiva e paraesporte: revisão da literatura. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, 5(1), 106-120. http://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto37666
AOTA American Occupational Therapy Association. (2020). Occupational Therapy Practice Framework: Domain and Process. American Journal of Occupational Therapy, (pp 22).
Arantes, F. (2021). Estudos sobre transição para a vida adulta: perspectivas para novas pesquisas. Cadernos do Aplicação, 34(1). https://doi.org/10.22456/2595-4377.111244
Biduski, G. M., Lunardi, M., Rossato, M., Bertoli, J., de la Rocha Freitas, C., & Seron, B. B. (2021). Barreiras e facilitadores percebidos por pessoas com deficiência praticantes de esportes. Kinesis, 39. https://doi.org/10.5902/2316546463869
Brazuna, M. R., & Castro, E. M. D. (2001). A trajetória do atleta portador de deficiência física no esporte adaptado de rendimento: uma revisão da literatura. Motriz, 7(2), 115-123. http://www1.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/07n2/Brazuna.pdf
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) (2017, 18 de dezembro). Resolução nº 495, de 18 de dezembro de 2017: Disciplina a Atuação Profissional da Terapia Ocupacional no Desporto e Paradesporto e dá outras providências. Recuperado em 08 de agosto de 2021, de: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=8781.
Cordeiro, J. J. R. (2005). Validação da Lista de Identificação de Papéis Ocupacionais em pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) no Brasil. (Publicação número 20599) [Dissertação de Mestrado, UNIFESP] https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/20599/Publico-20599.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Comitê Paralímpico Brasileiro - CPB (2021). Modalidades. Recuperado em 03 de dezembro de 2020, de http://www.cpb.org.br.
da Cruz, D. M. C., & Emmel, M. L. G. (2012). Papéis ocupacionais de pessoas com deficiências físicas: diferenças de gênero e ciclos de desenvolvimento. Revista Baiana de Terapia Ocupacional (inativa/apenasarquivo).https://journals.bahiana.edu.br/index.php/terapiaocupacional/article/view/124
Cunha, J. H. S., Monteiro, C. F., Ferreira, L. A., Cordeiro, J. R., & de Paula Souza, L. M. (2017). Papéis ocupacionais de indivíduos com anemia falciforme. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 28(2), 230-238. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v28i2p230-238
Dickerson, A. E., & Oakley, F. (1995). Comparing the roles of community-living persons and patient populations. American Journal of Occupational Therapy, 49(3), 221-228. https://doi.org/10.5014/ajot.49.3.221
DO CRITÉRIO, Brasil Cortes. Critério de classificação econômica Brasil. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), 2021. https://www.abep.org/criterio-brasil
Gonzalez, J. S., & Silva, R. P. (2007). Os Jogos Paraolímpicos: o contexto histórico e atual. Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos-Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil, 807-814. http://olympicstudies.uab.es/brasil/pdf/91.pdf
Haiachi, MDC, Cardoso, VD, Reppold Filho, AR, & Gaya, ACA (2016). Reflexões sobre a carreira do atleta paraolímpico brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva, 21, 2999-3006. https://doi.org/10.1590/1413-812320152110.18512016
Hakansson, C., Eklund, M., Lidfeldt, J., Nerbrand, C., Samsioe, G., & Nilsson, P. M. (2005). Well-being and occupational roles among middle-aged women. Work, 24(4), 341-351.
INTERNATIONAL PARALYMPIC COMMITTEE - IPC (2016). Swimming classification. Recuperado em 08 de agosto de 2021, de: http://www.paralympic.org/swimming/classification.
Labronici, R. H. D. D., Cunha, M. C. B., Oliveira, A. D. S. B., & Gabbai, A. A. (2000). Esporte como fator de integração do deficiente físico na sociedade. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 58, 1092-1099. https://doi.org/10.1590/S0004-282X2000000600017
Lima, T. (1990). Os limites da alta competição. Revista Horizonte, 39, 74.
McClelland, J. (2021). Las complejas relaciones entre el deporte y la religión durante el Renacimiento europeo. In Cuerpo y espíritu: Deporte y cristianismo en la historia (pp. 233-270).
Pagani, L.G. (2012). Análise motivacional de atletas para-desportos de nível nacional / Analise motivacional de atletas do paradesporto de nível nacional. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 13. Núm. 3. p.165-168. 2007. www.ibpefex.com.br
Parsons, A., & Winckler, C. (2012). Esporte e a pessoa com deficiência: contexto histórico. Mello MT, Winckler C, organizadores. Esporte Paralímpico Atheneu: Rio de Janeiro.
Pinheiro, M. F. G. (2018). Análise da religiosidade no esporte: o olhar de atletas olímpicos brasileiros (Publicação número 119p) [Tese de Doutorado, USP] https://pdfs.semanticscholar.org/1d59/e8fea6cfee76c5c1d67038b0995de7c99806.pdf
Rebellato, C. (2012). Relações entre papéis ocupacionais e qualidade de vida em idosos independentes, residentes na comunidade: um estudo seccional. (Publicação número 239f) [Tese de Mestrado, UFSCAR] https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/6860/4260.pdf?sequence=1
Shapiro, D. R., & Martin, J. J. (2010). Athletic identity, affect, and peer relations in youth athletes with physical disabilities. Disability and health journal, 3(2), 79-85. https://doi.org/10.1016/j.dhjo.2009.08.004
Silva, A., Narciso, F., Stieler, E., Facundo, L. A., da Silva Cruz, A. Â., Costa, A. M., ... & de Mello, M. T. (2019). Mapeamento geográfico de atletas paralímpicos brasileiros. Movimento (ESEFID/UFRGS), 25, 25051. https://doi.org/10.22456/1982-8918.88691
Silva, A., & Mello, M. T. (2021). Esporte paralímpico: da organização ao alto rendimento. Editora dos Editores. (pp. 2 – 7)
Silva, M. L., & Rubio, K. (2003). Superação no esporte: limites individuais ou sociais. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 3(3), 69-76. https://doi.org/10.5628/rpcd.03.03.69
Sousa, A.C.D.S.D., Frasson, E. V.F., Kusma, S.Z., Vara, M.D.F.F., Fabri, A.F. & Jorge, I.M.P. (2021). Identificação de papéis ocupacionais em atletas do esporte adaptado. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional. https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO2131
Webb, W., Nasco, S., Riley, S., & Headrick, B. (1998). Athlete identity and reactions to retirement from sports. Journal of Sport Behaviour, 21, 338-362. https://www.researchgate.net/profile/Suzanne-Altobello/publication/284285537_Athlete_identity_and_reactions_to_retirement_from_sports/links/571e641508aefa648899a00b/Athlete-identity-and-reactions-to-retirement-from-sports.pdf
Téléchargements
Fichiers supplémentaires
Publié-e
Numéro
Rubrique
Licence
Declaração e Transferência de Direitos Autorais
O periódico REVISBRATO -- Revista interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional é publicado conforme o modelo de Acesso Aberto e optante dos termos da licença Creative Commons BY (esta licença permite a distribuição, remixe, adaptação e criação a partir da obra, mesmo para fins comerciais, desde que os devidos créditos sejam dados aos autores e autoras da obra, assim como da revista. Mais detalhes disponíveis no site http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/).
No momento da submissão do manuscrito os autores deverão encaminhar, nos documentos suplementares a Declaração de responsabilidade, conflito de interesse e transferência de direitos autorais, segundo modelo disponivel na página "Instruções aos autores"
- Uso de imagens e discursos
Quando um autor submeter imagens para capa, que não correspondam a pesquisas em formato de artigo e que não tenham obrigatoriedade de autorização de Comitê de Ética, assim imagens presentes em outras seções, deverá ser anexado o TERMO DE CESSÃO DE DIREITO DE USO DA IMAGEM E DE DISCURSO (disponível modelo na página "Instruções aos autores"). Somente é necessário que o autor principal assine o termo e o descreva conforme o modelo abaixo em word.