Resistência e sobrevivência palestina em Cinco Câmeras Quebradas:

um retrato do necropoder

Autores

Palavras-chave:

Necropolítica, Palestina, "Cinco Câmeras Quebradas"

Resumo

O presente artigo tem como tema a resistência e sobrevivência palestina à efetivação do necropoder no território de Bill’in na Cisjordânia, utilizando como objeto de estudo o material empírico audiovisual “Cinco Câmeras Quebradas”, produzido por Emad Burnat e Guy Davidi. O objetivo do trabalho é o de apresentar a importância da criação artística como resistência, nesse caso, produzida e elaborada como agência diante da morte. Com o aporte teórico da necropolítica em Mbembe e o enfoque da Teoria Crítica em Direitos Humanos, em especial sob o amparo de Herrera Flores, é visibilizado o ponto de vista daqueles que se colocam em resistência aos ataques e são violados em todas as esferas da vida, por meio do método do diamante ético a partir dos elementos das teorias, do espaço e das narrações.

 

Biografia do Autor

Danielle Christine Barros Tavares, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora Substituta do Departamento de Teoria do Direito da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ. Dá aula de Direitos Humanos, Sociologia Jurídica e Metodologia de Pesquisa. Doutoranda e mestre em Direito pelo PPGD-UFRJ. Especialista em Processo Penal pela ABDCONST/UniDomBosco. Graduação em Direito pela UFRJ. Pesquisadora bolsista em Direitos Humanos e Teorias Feministas do Direito.

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Publicado

2024-04-19

Edição

Seção

Seção Especial: Dossiê "Direito e Cinema: explorando experiências político-pedagógicas"