Chamada para v. 19, n. 3, 2023

2023-08-17

Revista Linguítica (Qualis CAPES A1) convida pesquisadores a submeterem, até 15 de julho de 2023, artigos para o seu número sobre Valorizando a Diversidade: em Defesa da Identidade de Comunidades Linguísticas Vulneráveis / Minorizadas.

Tema: Valorizando a Diversidade: em Defesa da Identidade de Comunidades Linguísticas Vulneráveis / Minorizadas

Organização: Ana Paula Quadros Gomes (UFRJ) e Beatriz Christino (UFRJ)

Prazo para submissão:  15/07/2023  Prorrogado até 16 de agosto de 2023  [encerrado]

Publicação prevista para agosto 2023

A história formativa de nosso país tem sido marcada por profundas desigualdades e flagrantes injustiças, que incluem a reiterada violação a direitos linguísticos de comunidades minorizadas. O preconceito linguístico atinge principalmente identidades periféricas, favelas, zona rural, ribeirinhos, imigrantes e refugiados. A discriminação contra a identidade linguística é cruelmente disfarçada de meritocracia, de defesa do “certo” em detrimento do “errado”, gerando enorme mal-estar para aqueles já excluídos por conta da brutal desigualdade social, acarretando crises na sua autoconfiança e baixa autoestima linguística. Certas “correções” de fala ou escrita são feitas com o claro intuito de silenciar seu alvo e desacreditar seus argumentos. Felizmente, movimentos de resistência estão sempre presentes. Ultimamente, os povos originários vêm intensificando sua luta em prol do reconhecimento, da valorização e da manutenção das línguas indígenas, construindo estratégias articuladas a realidades como a instituição da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), com significativo aumento da representatividade indígena em todas as esferas. As comunidades tradicionais, a exemplo dos quilombolas, vêm reivindicando o respeito à sua identidade linguística. O Projeto de Lei 577/22 reconhece os falares quilombolas como línguas. A comunidade LGBTQIA+ brasileira, por sua vez, vem enfrentando fortes resistências ao emprego da linguagem neutra, um mecanismo de inclusão e visibilidade que já se tornou parte da política de adoção de linguagem inclusiva e não-preconceituosa de governos e instituições privadas como a União Europeia, de fabricantes e prestadores de serviço internacionais, mas que continua sendo alvo de discurso de ódio em nosso país. Esses ataques são justificados mentirosamente como “defesa da família” e “defesa da gramática”. Leis proibindo a adoção da linguagem neutra (mais de 34) foram propostas no país e algumas até promulgadas, apesar de serem inconstitucionais. Tendo em mente tantas atitudes naturalizadas de desconsideração a direitos linguísticos, queremos convidar a submeter artigos para este número autores de trabalhos abordando a valorização da diversidade, em apoio a identidades linguísticas de comunidades vulneráveis/ minorizadas.