'Ver' como marcador pragmático em português brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2017.v13n2a13509Resumo
Este trabalho discute construções ambíguas do português brasileiro com o verbo ver em que esse verbo pode ser um verbo pleno com o signifcado de verifcar ou pode ser um marcador pragmático. A hipótese defendida no trabalho é a de que essas leituras estão associadas a duas estruturas sintáticas distintas: as sentenças em que ver tem sentido de verifcação são bioracionais, ao passo que as sentenças em que ver funciona como marcador pragmático são mono-oracionais. Com base nas propostas de Speas e Tenny (2003) e de Hill (2007, 2014) acerca da existência de uma projeção associada ao ato de fala (denominada Speech Act Phrase -- SAP) e visível para a computação sintática, propomos que, quando funciona como um marcador pragmático, ver é uma expressão que sofreu um processo de mudança linguística denominado pragmaticalização (Erman e Kotsinas 1993; Dostie 2004; Dievald 2011) e, em consequência disso, é inserido diretamente no núcleo de SAP, projeção que faz a interface da sintaxe com a pragmática conversacional.
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DOI: http://dx.doi.org/10.31513/linguistica.2017.v13n2a13509
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