Preposições de ALVO no português brasileiro: uma comparação entre ‘para’ e ‘até’

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2019.v15n3a27505

Palavras-chave:

Preposições espaciais. Estrutura de Trajetória. Nanossintaxe.

Resumo

Neste trabalho, investigamos, no quadro da Nanossintaxe (STARKE, 2009; PANTCHEVA, 2011), as preposições que expressam ALVO no português brasileiro (PB), com foco nas distinções entre ‘para’ e ‘até’. Argumentaremos que embora essas preposições quando combinadas a um evento de movimento indiquem o ponto final de uma trajetória (p(1)), há diferenças semânticas sutis em seus usos que apontam para a lexicalização de estruturas sintáticas distintas. Nesse sentido, ‘para’ e ‘até’ não competem para o spell-out de um mesmo segmento da hierarquia funcional espacial. Tal fato justifica o comportamento dessas preposições frente a alguns testes, como o acarretamento do alcance do alvo, a possibilidade de combinação com sintagmas de medida temporais, o efeito de imperfectividade e a ambiguidade com o advérbio ‘quase’. Com a análise, demonstraremos que ‘para’ é uma preposição aproximativa, que lexicaliza os núcleos [scale, goal], ao passo que ‘até’ é uma preposição terminativa, lexicalizando [bound, goal]. Por fim, discutimos, também, uma estrutura especial em que a preposição ‘em’ parece veicular o ALVO de um movimento, argumentando contra a ambiguidade entre uma leitura locativa e outra de trajetória para essa preposição. Seguindo Gehrke (2008), sugerimos que ‘em’ lexicaliza apenas o núcleo de lugar, sendo a interpretação de ALVO um caso de falso sincretismo no PB.

 

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DOI: http://dx.doi.org/10.31513/linguistica.2019.v15n3a27505

Biografia do Autor

Thayse Letícia Ferreira, Universidade Federal de São CArlos (UFSCar)

Possui graduação em Letras - Português pela Universidade Federal do Paraná (2014) e mestrado em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos (2017). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase na interface sintaxe-semântica, atuando principalmente nos seguintes temas: semântica de eventos, nanossintaxe e aquisição de linguagem.

Renato Miguel Basso, Universidade Federal de São CArlos (UFSCar)

professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), doutor e mestre em Linguística pela Unicamp. Minhas pesquisas se concentram na descrição de fenômenos linguísticos usando as ferramentas da semântica e pragmática formais. Pesquiso, principalmente, sobre a semântica do verbo e dos indexicais, entre outros temas, mas também tenho interesse em linguística história e epistemologia da linguística.

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Publicado

2019-12-30