A construção de intensificação com lexemas de cor no português brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2020.v16n2a33904Palavras-chave:
Cor. Construção intensificadora. Aloconstrução. Gramática de Construções.Resumo
Este artigo expõe os resultados da pesquisa sobre a configuração formal-funcional do subesquema Xcor de SN da construção intensificadora Xcor de Y (como em roxo/verde de raiva ou vermelho de vergonha) no português brasileiro. Acreditamos que essa construção seja suscitada pelo fato de nosso corpo, mais especificamente, nosso rosto sofrer alterações de cor devido a alguma emoção ou sensação, como quando ficamos pálidos (de susto), vermelhos (de vergonha, de paixão) etc. Essa mudança na coloração facial é algo tão recorrente que, por associação com o atributo intensidade de cor, pode motivar não só construções como a estudada nesta pesquisa, mas muitas outras, levando-nos a defender que a emoção revelada por meio de cores (geralmente na face) é um fator que contribui para a elaboração simbólica presente na relação entre lexemas de cor a (sub)esquemas como os aqui descritos. Assim, sob a perspectiva da Linguística Funcional-Cognitiva, que busca analisar a língua com base em aspectos socioculturais e pragmáticos, situações comunicativas, conhecimentos internalizados e operações cognitivas, e da Gramática de Construções, para a qual a língua é uma rede de nós/pareamentos forma-função/significado, analisamos como se desencadearam tais construções e como sistemática e variavelmente se configuram, com base em Traugott e Trousdale (2013), Machado Vieira (2016) e Wiedemer e Machado Vieira (2018). Os dados analisados são do Corpus do Português, e o método utilizado foi a análise de frequências. Nossos resultados iniciais mostram que: essa construção intensifica, sobretudo, aspectos negativos; a alternância das cores permite a sua classificação como aloconstruções; e essa construção faz parte da rede construcional de intensificadores do português brasileiro.
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