É o tempo dos gestos nos sinais
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2020.v16n3a36942Palavras-chave:
língua de sinais ka’apor, estudos gestuais, tempo, metáfora conceitualResumo
Trato da referência temporal espaço-visual em diferentes línguas faladas-e-gesticuladas e sinalizadas, partindo da discussão apresentada em Por uma gramática de línguas de sinais (FERREIRA, 1995). Apresento cinco microestudos. Após introduzir as questões (§2) e meus dados (§3), traço um perfil etnográfico da língua de sinais ka’apor (LSK), majoritariamente usada por ouvintes com laços socioespaciais com surdos. §4 descreve a referência temporal na LSK e na língua ka’apor (da família tupi). Com dados primários, apresento os sinais temporais e suas relações com as contrapartidas lexicalizadas da língua falada e de seus gestos. Classifico três subsistemas: lexicalização da periodicidade diária pela imagem da dormida (§4.1); adverbiais que indicam transições de luminosidade celeste (§4.2) e apontamentos para a trajetória dos astros como lexicalização dos “horários” do dia (§4.3). Em §5, discuto a recorrência do sistema de temporalização por apontamentos explicado em §4.3. O subsistema por apontamento está presente em outras línguas faladas (§5.1), e é recorrente também em outras línguas de sinais de matrizes socioculturais diversas das institucionais e europeizadas (§5.2). Em §6, comparo os sinais da língua neobrasileira de sinais (Libras) com os gestos temporais do português neobrasileiro. Observo o compartilhamento, entre surdos e ouvintes neobrasileiros, de esquemas subjacentes ao domínio-alvo do tempo. À luz destes microestudos, reconsidero as conclusões de Ferreira (1995 [1983]) (§7). Enfatizo sua contribuição comparatista entre línguas de diferentes modalidades semióticas e de diferentes matrizes socioculturais (§8).
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