"É um problema de visão para perto, inevitável após os 40 anos de idade, onde o indivíduo tem dificuldade para ver imagens próximas". Onde em remitências anafóricas a categorias não-locativas

Autores

  • Maria Luiza Braga UFRJ
  • Keylla Manfilli UFRJ
  • Diego Leite de Oliveira UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2007.v3n1a4397

Resumo

Neste artigo, focalizamos o uso da palavra onde em referência anafórica a entidades não-locativas. O emprego de onde é contraposto ao das construções formadas por (prep) + (art) + QUpronome relativo, com as quais pode alternar, em amostras de fala e de escrita e analisado segundo a categoria cognitiva que pode ser retomada por onde bem como a função argumental ou adjunta da oração encabeçada por uma das variantes. Mostramos que as diferenças entre fala e escrita, no que concerne à utilização de onde, são de natureza quantitativa. A seguir, discutimos a hipótese de acordo com a qual a remissão a categorias não-locativas por meio de onde seria uma instância de gramaticalização. Baseando-nos em descrições diacrônicas e resultados de pesquisas sociolinguistiacs, concluímos que o mencionado emprego já podia ser observado nos registros históricos mais antigos do português e que, atualmente, constitui uma instância de variação estável.

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Publicado

2015-05-31