Uma análise modal dos imperfectivos de Mebengokre
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2013.v9n1a4567Resumo
O presente trabalho oferece uma análise para o imperfectivo do Mẽbengokre baseada na proposta de Arregui, Rivero e Salanova (no prelo), em que diversos sabores do imperfectivo compartilham um único operador de aspecto gramatical (IMPF), mas variam enquanto à base modal (MB) que serve para relacionar a situação de referência com as situações de inércia, isto é, aquelas que seriam uma continuação natural da situação de referência. Enquanto o progressivo utiliza uma base modal que introduz a “inércia de evento”, em que as situações de inércia são aquelas que continuariam a ação se não houvesse interrupções inesperadas, outros imperfectivos, tais como o prospectivo e o iminente, utilizam uma base modal em que a inércia relevante é a "inércia preparatória", em que as situações de inércia são aquelas em que as coisas ocorrem tal como planejado. A particularidade do Mẽbengokre é que, ao contrário de outras línguas em que o imperfectivo tem sido mais bem estudado, as bases modais estão lexicalizadas em vários marcadores de aspecto diferentes, sugerindo que a pragmática não pode ser responsável pelas diversas interpretações do imperfectivo, como sugeriram Cipria e Roberts (2000).
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