A estrutura argumental e a polissemia em nominalizações

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2021.v17n3a49646

Palavras-chave:

nominalizações, interface sintaxe-semântica, gramática gerativa, estrutura argumental, formação de palavras

Resumo

Este texto propõe-se a analisar nominalizações deverbais no português do Brasil (PB), tendo como recorte a relação entre a polissemia presente nesses itens e a sua estrutura sintática. O embasamento teórico desse estudo é o Modelo Exoesqueletal (BORER, H. 2005a, 2005b, 2013a), abordagem teórica da Gramática Gerativa que analisa a formação de palavras de um ponto de vista construcionista derivacional. Isto é, as palavras são formadas pelo sistema computacional e apresentam estrutura sintática interna, assim como sintagmas e sentenças. A metodologia da pesquisa é o estudo formal do comportamento sintático-semântico das nominalizações deverbais, tendo como objeto de análise Nomes formados pelos sufixos –ção e -mento no PB. Os dados analisados foram selecionados do Google e dos corpora corpus do português NOW e corpus brasileiro. Em alguns casos, também foi utilizada a introspecção. A hipótese desta pesquisa é a de que as camadas funcionais na estrutura sintática do Nome deverbal influenciam diretamente em sua leitura, conforme propostas construcionistas da Gramática Gerativa defendem. O resultado das análises demonstra que a leitura de evento nos Nomes resulta da herança da estrutura de evento de sua contraparte verbal, tendo em sua estrutura interna todas as camadas funcionais formadoras de evento. Os nomes com leitura de resultado, por sua vez, apresentam somente as camadas aspectual e verbal em sua estrutura. Já nos nomes com leitura de entidade, o nominalizador é projetado acima da raiz e a tipifica como Verbo. Dessa maneira, a raiz ganha um status verbal, mas não faz parte de uma estrutura argumental.

Biografia do Autor

Rafaela do Nascimento Melo Aquino, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutora em Linguística pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pesquisadora do Laboratório de Sintaxe e suas Interfaces (LabSin) da mesma universidade . Mestre em Linguística pela UFRJ e graduada cum laude (Bacharelado e Licenciatura) em Letras (Português/ Literaturas) pela mesma universidade. Foi bolsista de Iniciação Científica do CNPq, na área de Linguística, de 2012 a 2013, e bolsista de Pós-graduação pela CAPES no mestrado (de 2014 a 2016) e no doutorado (de 2016 a 2020). No mestrado, desenvolveu pesquisa na área de Linguística sobre a interface entre a sintaxe e a semântica de nomes e adjetivos deverbais cognatos nas línguas portuguesa e espanhola. Enquanto doutoranda, desenvolve pesquisa em Linguística com interesse especial pelo estudo formal da interface entre a sintaxe e a semântica em nomes deverbais, verbos leves e termos técnicos. Nesse período, atuou como pesquisadora do LIFSS (Laboratório de Interface Sintaxe-Semântica), coordenado pela Prof. Dr. Miriam Lemle. Atuou também como voluntária no corpo editorial da revista discente Linguística Rio - UFRJ de 2018 a 2019. Sua experiência em pesquisa concentra-se na área de Lingüística, com ênfase em Linguísitca Gerativa, atuando principalmente nos seguintes temas: interface sintaxe-semântica, perda de camadas morfológicas; significado em palavras complexas; estrutura argumental; idiomaticidade de verbos e nomes e verbos leves. Tem experiencia também em produção de material didático, ensino de Língua Portuguesa para estrangeiros e revisão textual.

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Publicado

2021-11-03