A influência do input na produção infantil de perguntas-QU em Português Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2022.v18n1a52431Palavras-chave:
perguntas-QU, QU-in situ, aquisição, input, dados espontâneosResumo
No português brasileiro (PB), podemos fazer perguntas movendo o elemento interrogativo à esquerda (“O que o gato comeu __?”) ou mantendo-o in situ (“O gato comeu o quê?”). As estratégias parecem, à primeira vista, opcionais e o QU-in situ é reportado como uma estratégia produtiva no PB paulistano adulto (LOPES-ROSSI, 1996; OUSHIRO, 2012). Todavia, estudos com base no PB paulistano infantil espontâneo observam que as crianças quase nunca (ou nunca) produzem essa opção (SIKANSI, 1999; GROLLA, 2000; GROLLA, 2009). Já no dialeto falado em Vitória da Conquista (BA), observado por Lessa-de-Oliveira (2003), a construção emerge bem cedo na fala das crianças, sendo o mais utilizado no input recebido por elas. Para a autora, as crianças seguem um percurso de aquisição das estruturas interrogativas guiado por sua frequência no input. Com o objetivo de explorar a ordem de emergência das estratégias interrogativas na fala infantil e comparar ao input recebido pelas crianças, observamos um corpus de dados naturalísticos de cinco crianças falantes de PB paulistano, com faixa etária entre 1;02.28 e 4;11.12. Em nossos dados, as crianças preferiram o QU-movido, enquanto os adultos optaram mais vezes pelo QU-que. Além disso, o QU-in situ, sendo a estratégia menos utilizada pelas crianças, no geral, foi produtiva na fala adulta. Os resultados indicam que uma alta frequência no input de dada construção não induz necessariamente a sua maior produtividade na fala infantil.
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