O estatuto da microconstrucionalização no quadro da mudança linguística

Autores

  • Ana Cláudia Machado Teixeira UFF - Universidade Federal Fluminense
  • Ivo da Costa do Rosário UFF - Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2016.v1n1a5444

Resumo

Este artigo objetiva refletir acerca do estatuto da microconstrucionalização no quadro da mudança linguística, com o intuito de indicar alguns caminhos alternativos e refnamentos para a proposta teórica de Traugott e Trousdale (2013). Compartilhamos a ideia de que qualquer quadro teórico deve estar aberto a contribuições, revisões e ampliações, tendo em vista que sua aplicabilidade nos dados em uso possibilita ampliar bases e pressupostos. A partir dos estudos empreendidos no Grupo Discurso & Gramática UFF, observamos que o processo de formação da gramática inicia-se efetivamente nas micromudanças mais locais, pontuais e contingenciais por meio de um movimento bottom-up, dado que o uso leva à formação de padrões que se regularizam. A proposta é que, uma vez incorporadas pela comunidade linguística, tais mudanças permitem o estabelecimento de um esquema virtual que se torna disponível para posteriores incorporações. Nesse sentido, nossos dados revelam que processos distintos ocorrem em níveis distintos e que a formação de pares de sentido e forma confgura-se, de fato, no nível micro, já que níveis mais virtuais são estabelecidos por outros caminhos e, portanto, possuem estatuto diverso. Para restabelecer o equilíbrio teórico, defendemos a reintegração do conceito de domínio funcional ao quadro da Linguística Funcional Centrada no Uso.

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Publicado

2016-12-27