Língua Geral de Mina: uma fotografia da história linguística dos africanos escravizados no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2023.v19n1a58269Palavras-chave:
história linguística, ecologia linguística, línguas Gbe.Resumo
Este artigo aborda a história linguística dos africanos escravizados no Brasil, tomando como exemplo a Língua Geral de Mina (LGM), uma língua africana de origem Gbe documentada no Brasil no século XVIII, durante o Ciclo do Ouro. O argumento central consiste em mostrar que a variedade Gbe oriunda da Costa da Mina continuou sendo falada no contexto colonial, preservando traços morfossintáticos característicos das línguas do grupo, como adjetivos atributivos reduplicados e verbos de complementação inerente, fenômenos analisados neste trabalho. Após a exposição dos aspectos teóricos que embasam a pesquisa, explicitamos os fatores ecológicos (MUFWENE, 2001; 2008) que garantiram a vitalidade da LGM no Brasil, sendo eles a homogeneidade etnolinguística dos povos Gbe, a estrutura socioeconômica da zona mineradora e as redes sociais estabelecidas pelos africanos escravizados em Minas Gerais. A discussão é acompanhada de dados linguísticos que reforçam a inserção da LGM nas interações sociais dos africanos mina naquela região. Com isso, temos o intuito de mostrar que as línguas são ferramentas mobilizadas pelos falantes a fim de atingir seus objetivos.
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