A crucialidade da fonologia: um outro olhar sobre blends lexicais no português brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2023.v19n2a60402

Palavras-chave:

morfologia, fonologia, blends, sílaba, pé métrico

Resumo

O presente trabalho se presta a analisar os blends lexicais no português brasileiro tomando um outro ponto de vista em relação ao qual foi tomado por Nóbrega e Minussi (2015). Neste trabalho, que está dentro do quadro teórico da Morfologia Distribuída, os autores defendem que a fonologia dos blends é um tipo de epifenômeno das motivações semânticas que se impõem na criação de blends. Neste sentido, nós argumentamos, como uma resposta ao trabalho, que a fonologia é crucial quanto ao processo de formação de palavras em tela, entendendo de maneira premente que a semântica é a motivação básica para criação de todas as palavras já criadas nas línguas. Para isto, argumentamos em favor do papel fundamental da sílaba e do pé métrico enquanto domínios prosódicos (assentando nossa análise sobre a Fonologia Prosódica (ITO; MESTER, 2009) para a realização destes processos morfofonológicos, considerando em separado os dois subtipos, blends ‘fonológicos’ (contando a sílaba como seu domínio) e ‘morfológicos’ (contando o pé métrico como seu domínio), uma vez que ‘blends semânticos’ (cf. MINUSSI; NÓBREGA (2014) para esta taxonomia específica), em verdade, não são blends. Os dados analisados aqui foram extraídos dos próprios trabalhos citados ao longo do presente texto a partir dos quais estamos debatendo.

Biografia do Autor

Felipe da Silva Vital, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFRJ, com financiamento de bolsa pela CAPES (2023-2027), sob orientação do prof. Dr. Andrew Ira Nevins, com foco nos aspectos fonológicos e prosódicos da formação de palavras e nos aspectos fonológicos e prosódicos dos constituintes sintáticos. Neste sentido, atualmente, estuda, na interface biolinguística, a contribuição da Gualin do TTK à linguística teórica e à linguística experimental. Em parceria com a profa. Dra. Karine Vieira Pereira (líder do grupo) e com prof. Dr. Andrew Ira Nevins, faz parte do grupo de pesquisa Deficiência visual e a Linguística, pelo qual desenvolvem estudos e trabalhos sobre a relação entre a linguística e conceitos relacionados à deficiência visual.

Carlos Alexandre Victório Gonçalves, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

É professor da Faculdade de Letras da UFRJ desde 1994, instituição em que se doutorou em 1997 e na qual atua, desde 1998, no Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas. Tem pós-doutoramento, subvencionado pelo CNPq, em interface morfologia-fonologia (UNICAMP, 2001) e em interface morfologia-semântica (UERJ, 2017). É pesquisador da área de Linguística, com ênfase em morfologia e fonologia do português, atuando, principalmente, nos seguintes temas: fronteiras internas da morfologia, morfologia não concatenativa, interface morfologia-fonologia e processos de formação de palavras. É autor dos livros Morfologia, da Coleção Linguìstica para o Ensino Superior (Ed. Parábola), Atuais tendências em formação de palavras, Introdução à morfologia construcional e Iniciação aos estudos morfológicos: flexão e Derivação em português (publicados pela Editora Contexto), Fonologia diacrônica do português (Editora Pontes) e Introdução à Morfologia Não Linear (Editora Publit). Organizou os livros Processos marginais de formação de palavras" e Novos horizontes da pesquisa em morfologia (ambos pela Editora Pontes) e Otimalidade em foco: morfologia e fonologia do português (Editora Publit), entre outras obras organizadas, incluindo números temáticos de periódicos e anais de eventos científicos. Tem diversos capítulos de livros e artigos científicos publicados tanto no Brasil quanto no exterior. É líder do NEMP (Núcleo de Estudos Morfológicos do Português), desde 2003, e PROFESSOR TITULAR da UFRJ, desde 2016, instituição na qual desenvolve três projetos de pesquisa. Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq desde 2000 (nível 1 desde 2013) e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ (2014-2017), vem orientando dissertações de mestrado, teses de doutorado e trabalhos de iniciação científica sobre questões referentes à morfologia e à fonologia do português. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-3672-3852.

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Publicado

2023-08-05

Edição

Seção

Artigos