Construções concessivas, escalaridade e intersubjetividade: análise contrastiva de [ainda que p, q] e [mesmo que p, q]
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2024.v20n1a63301Resumo
Sob a perspectiva teórica da Linguística Cognitiva, este trabalho contrasta as construções concessivas [AINDA QUE P, Q] e [MESMO QUE P, Q] do português brasileiro em textos jornalísticos escritos. Com base em dados retirados do corpus do português (www.corpusdoportugues.br) e do Corpus NILC/ São Carlos (https://www.linguateca.pt), o objetivo é estabelecer a diferença semântico-pragmática entre as referidas construções (Goldberg, 1995). Para além da relação sintática de subordinação destacada pelas gramáticas tradicionais, estabelece-se a hipótese de que, em termos semânticos, ambas as construções sinalizam relações de incongruência entre P e Q, mas diferem pragmaticamente em relação às noções de factualidade e eventualidade, associadas à escalaridade (Dancygier e Sweetser, 2005). A escalaridade, por sua vez, está relacionada com a experiência social do falante, de modo que a relação causal estabelecida se enquadra na noção de Intersubjetividade Estendida (Tantucci, 2021). A análise preliminar das construções concessivas demonstra que as construções [AINDA QUE P, Q] e [MESMO QUE P, Q] se diferenciam, em termos pragmáticos, com base nas noções de factualidade e eventualidade, associadas à Postura Epistêmica (Fillmore, 1990a, b). Mais especificamente, a análise indica que a associação ou dissociação mental do falante pode estar relacionada ao evento descrito em P ou, ainda, à relação causal estabelecida entre P e Q.
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