A genericidade e os sintagmas nominais em Rikbaktsa (Macro-jê): espécie e soma

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2024.v20n3a65387

Resumo

O artigo investiga, de maneira exploratória, a semântica dos sintagmas nominais em sentenças genéricas na língua Rikbaktsa (Macro-Jê) como parte do projeto “(In)definitude da perspectiva das línguas sub representadas”. A língua Rikbaktsa é marcada para número, não possui artigos e a ordem canônica é Sujeito-Objeto-Verbo, no qual o verbo é uma unidade autônoma. Os dados analisados são originais e foram coletados através de diferentes metodologias. Além da documentação de uma língua em perigo, o artigo propõe uma descrição morfo-semântica das sentenças genéricas que, nesta língua, são morfologicamente estativas. A estrutura ativa é episódica. Os sintagmas nus, singular e plural são intercambiáveis, mas nem sempre. Para explicar a distribuição e interpretação desses sintagmas propomos que o singular nu denota um indivíduo singular, que pode ser de diferentes tipos – indivíduos genéricos (espécie) ou ordinários –, já o plural é sempre uma soma. O artigo contribui com uma perspectiva inovadora para o fenômeno que a literatura chama de “neutro para número”; argumenta que a hipótese apresentada explica melhor os fatos dessa língua do que a hipótese da neutralidade.
Palavras-chave: Rikbaktsa (Macro-Jê). Genéricos. Morfo-semântica. Neutralidade para número. Indivíduo genérico. Coleta de dados.

Biografia do Autor

Roberta Pires de Oliveira, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Pesquisadora 1C do CNPq. Professora Titular pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), graduada em Letras (Universidade Estadual de Campinas (1985)), mestre em Linguística (Universidade Estadual de Campinas (1991)) e doutora em Linguística (Katholieke Universiteit Leuven (1995)). Pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), de 2004 a 2005, e em Harvard University, de 2012 a 2013, com financiamento da CAPES. Professora visitante na Harvard University em 2016. É professora na Licenciatura em Letras, na Pós-Graduação em Inglês (PPGI), na Pós-Graduação em Linguística (PPGLG) da UFSC. Cooperação de pesquisa com Gennaro Chierchia (Harvard) sobre a semântica dos nominais nus no Português Brasileiro. Líder dos Grupos de Pesquisa no CNPq: Quantificação através das línguas e Indefinidos através das línguas. Coordena o projeto "(In)definitude em línguas sub-representadas", com apoio financeiro do Edital Humanidades-CNPq. Áreas de atuação: Semântica e Pragmática de vertente formal; Filosofia da Linguagem; Filosofia da Linguística; Semântica e Pragmática Experimentais; Educação e divulgação científica. Coordenou o projeto de cooperação internacional CAPES/COFECUB, "Nominais Nus no PB: a interface sintaxe-semântica", juntamente com a profa. Carmen Dobrovie-Sorin, CNRS-LLF, Paris 7 de 2009 a 2012. Coordenou a primeira Licenciatura em Letras-Português a distância da Universidade Federal de Santa Catarina de 2009 a 2012 e coordenou a fase final da segunda edição. Participou do Projeto de Cooperação CAPES-Nufic coordenado pela profa. Maria José Foltran (UFPR). Coordena atualmente o projeto Indefiniteness across languages.

Leia de Jesus Silva, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Professora Adjunta na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), graduada em Letras (Universidade de Brasília (2002)), mestre em Linguística (Universidade de Brasília (2005)), Doutora em Linguística (Université Diderot, Paris 7 (2011)). Atuou como professora no Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena (Universidade Federal de Goiás (2012 - 2018)), e atualmente é Professora na Licenciatura em Letras (UFSC). Áreas de atuação: análise e descrição de línguas indígenas, educação escolar indígena, documentação de línguas e culturas indígenas, e análise morfológica do Português.

João Tsaputai, Escola Estadual Indígena Myhyinymykyta Skiripi - MT

Possui graduação em Licenciatura Intercultural Indígena pela Universidade do Estado de Mato Grosso(2009). Atualmente é PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA da Secretaria de Estado de Educação do Estado do Mato Grosso. Tem experiência na área de Artes. (Texto gerado automaticamente pela aplicação CVLattes)

Helena Loch de Oliveira, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Graduanda em Letras - Língua Portuguesa e Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Integrou o Projeto de Pesquisa Indefinetess: The perspective of under-represented linguagens como bolsista do CNPq até 2025, sob a orientação de Roberta Pires de Oliveira.

Laiara Machado Serafim, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Graduanda em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é bolsista do Programa de Educação Tutorial de Letras da UFSC (PET Letras UFSC), onde compõe a equipe de editoração da Revista Preguiça e também é professora de redação no projeto RedaPET. Além disso integrou o Projeto de Pesquisa Indefinetess across languages, tendo sido bolsista CNPq até 2025.

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Publicado

2024-12-28

Edição

Seção

Dossiê: XIV Workshop on Formal Linguistics