Coercion and underspecification: bare nouns in English and in Brazilian Portuguese

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2024.v20n3a65504

Resumo

Este artigo investiga a semântica dos nomes nus em inglês e português brasileiro, analisando os resultados de experimentos no domínio de contáveis e massivos em ambas as línguas. Especificamente, examina os resultados para o português brasileiro (Lima, 2019; Lopes, 2024; Cardozo, 2024) e para o inglês (Frisson; Frazier, 2005). Em inglês, nomes singulares nus passam por um processo de coerção para massivo em contextos de massa, e nomes massivos passam por coerção para cardinal em contextos contáveis (Frisson; Frazier, 2005). Assim, em inglês, os nomes entram na derivação semântica com a informação de que são ou massivos ou contáveis. Em português brasileiro, Lima (2019) não encontrou nenhum custo adicional de processamento de massa para contável e de contável para massa, apontando para polissemia. Lopes (2024) encontrou um custo adicional de processamento para singulares nus em contextos contáveis com numerais, mas não encontrou custo adicional com expressões de medida. Cardozo (2024) encontrou um custo adicional de processamento apenas para quantificadores plurais combinados com nomes massivos pluralizados. Os resultados apoiam a conclusão de que o singular nu em inglês não carrega os mesmos ingredientes gramaticais que o singular nu em português brasileiro. Assim, o singular nu em português brasileiro não se comporta como um nome contável (contra Schmitt; Munn, 1999), já que, em todos os experimentos, é compatível com contextos de massa. Ainda é uma questão em aberto se o singular nu em português brasileiro é subespecificado (Pires de Oliveira, 2022) ou um nome massivo (Pires de Oliveira; Rothstein, 2011).
Palavras-chave: Coerção. Nominais nus. Contável massivo. Português brasileiro. Inglês.

Biografia do Autor

Gitanna Bezerra, Universidade de Pernambuco (UPE)

Possui Graduação em Letras pela Universidade Estadual da Paraíba (2010), Mestrado em Linguística/Psicolinguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística/Universidade Federal da Paraíba (2013), Doutorado em Linguística/Psicolinguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística/Universidade Federal da Paraíba (2017), com realização de Doutorado Sanduíche na University of Massachusetts Amherst (2015-2016), Pós-Doutorado em Processamento Sentencial pela University of Toronto (2018-2019) e Pós-Doutorado em Processamento Sintático-Semântico pela Universidade Federal de Santa Catarina (2021-2022). É professora adjunta da Universidade de Pernambuco, Garanhuns. Fundou e coordena o Laboratório de Processamento de Sentenças, vinculado à Universidade de Pernambuco, Garanhuns. Tem interesse particular pela pesquisa em Processamento Sentencial (com ênfase no processamento sintático e no processamento semântico), pela pesquisa teórico-experimental na interface sintaxe-semântica, e pela pesquisa teórica em Sintaxe Gerativa e em Semântica Formal.

Roberta Pires de Oliveira, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Pesquisadora 1C do CNPq. Professora Titular pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), graduada em Letras (Universidade Estadual de Campinas (1985)), mestre em Linguística (Universidade Estadual de Campinas (1991)) e doutora em Linguística (Katholieke Universiteit Leuven (1995)). Pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), de 2004 a 2005, e em Harvard University, de 2012 a 2013, com financiamento da CAPES. Professora visitante na Harvard University em 2016. É professora na Licenciatura em Letras, na Pós-Graduação em Inglês (PPGI), na Pós-Graduação em Linguística (PPGLG) da UFSC. Cooperação de pesquisa com Gennaro Chierchia (Harvard) sobre a semântica dos nominais nus no Português Brasileiro. Líder dos Grupos de Pesquisa no CNPq: Quantificação através das línguas e Indefinidos através das línguas. Coordena o projeto "(In)definitude em línguas sub-representadas", com apoio financeiro do Edital Humanidades-CNPq. Áreas de atuação: Semântica e Pragmática de vertente formal; Filosofia da Linguagem; Filosofia da Linguística; Semântica e Pragmática Experimentais; Educação e divulgação científica. Coordenou o projeto de cooperação internacional CAPES/COFECUB, "Nominais Nus no PB: a interface sintaxe-semântica", juntamente com a profa. Carmen Dobrovie-Sorin, CNRS-LLF, Paris 7 de 2009 a 2012. Coordenou a primeira Licenciatura em Letras-Português a distância da Universidade Federal de Santa Catarina de 2009 a 2012 e coordenou a fase final da segunda edição. Participou do Projeto de Cooperação CAPES-Nufic coordenado pela profa. Maria José Foltran (UFPR). Coordena atualmente o projeto Indefiniteness across languages.

Dionatan Bastos Cardozo, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutorado em andamento em Linguagem e Cognição pelo Programa de Pós-Graduação em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários (PPGI) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sob a orientação da Profa. Dra. Roberta Pires de Oliveira e Co-orientação da Profa. Dra. Gitanna Brito Bezerra com bolsa do Programas de Assistência Financeira Estudantil do Ensino Superior de Santa Catarina (UNIEDU). Período sanduíche pelo Programa de Internacionalização (CAPES/PrInt) na Universidade de Toronto (U of T) sob a supervisão da Profa. Dra. Suzi Lima. Possui mestrado em Letras também pelo PPGI/UFSC com a orientação da Profa. Dra. Lêda Maria Braga Tomitch. Graduado em Letras Português/Inglês e respectivas Literaturas pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Diego Rodrigues Lopes, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Formado em Letras-Português pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2019, Mestre em Linguística pela mesma universidade (2024) e doutorando em Linguística pela mesma universidade.

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Publicado

2024-12-28

Edição

Seção

Dossiê: XIV Workshop on Formal Linguistics