The role and formal status of participles in verbal passives

Lydsson Agostinho Gonçalves; Karina Carolina Vieira de Matos; Paula Roberta Gabbai Armelin

doi:10.31513/linguistica.2024.v20n3a65552

Autores

Lydsson Agostinho Gonçalves Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) https://orcid.org/0000-0003-0875-7334
Karina Carolina Vieira de Matos Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) https://orcid.org/0000-0002-2755-5749
Paula Roberta Gabbai Armelin Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) https://orcid.org/0000-0003-4751-2831

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2024.v20n3a65552

Resumo

Este artigo investiga a estrutura interna das passivas verbais do português brasileiro e, em particular, do particípio encontrado nessa construção. Sob o quadro da Morfologia Distribuída (Halle; Marantz, 1993; Marantz, 1997), nosso objetivo é estabelecer uma derivação capaz não apenas de descrever a constituição morfológica das passivas, mas também de explicar a contribuição do particípio para a estrutura. Na literatura, a maioria dos autores assume que o particípio das passivas é o expoente de um núcleo passivo ou um sabor passivo de Voice. Isso, no entanto, não explica seu comportamento categorial misto (verbal/adjetival) ou a necessidade formal desse elemento na passiva. Propomos que o particípio é uma categoria mista, no sentido de Panagiotidis (2015), recorrendo ao categorizador funcional Switch desse autor, um elemento que é capaz de interromper a sequência de projeções estendidas de uma categoria e convertê-la em outra. Via a concatenação de um Switch à projeção estendida do verbo de base, é formado um adjetivo que preserva as propriedades verbais já construídas. Porém, apesar das particularidades da sua formação, o particípio é, em termos de categoria, um adjetivo na sintaxe. Isso explica o comportamento ambíguo: o particípio carrega material verbal, mas é considerado um adjetivo para fins de operações sintáticas posteriores.
Palavras-chave: Passiva. Particípio. Switch. Morfologia Distribuída.

Biografia do Autor

Lydsson Agostinho Gonçalves, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Doutorando em Linguística na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Mestre em Linguística pela mesma instituição. Anteriormente, graduou-se em Letras-Latim, também pela UFJF. Trabalha principalmente com análise e descrição linguística, sob um viés formalista.

Karina Carolina Vieira de Matos, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Possui graduação em Licenciatura - Letras Português pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2019); mestre em Linguística pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2022) e doutoranda em Linguística pela Universidade de Juiz de Fora (entrada em fevereiro/2022). É membro do Núcleo de Investigação em Teoria da Gramática (InTegra- UFJF) e do Núcleo de Estudos em Aquisição da Linguagem e Psicolinguística da Universidade de Juiz de Fora (NEALP-UFJF). Possui interesse pelas áreas de morfologia e sintaxe do Português Brasileiro, sob a perspectiva formalista da gramática

Paula Roberta Gabbai Armelin, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Professora Adjunta no Departamento de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutora em Letras, na área de concentração Linguística Geral (2011-2015) pela Universidade de São Paulo. Realizou estágio Sanduíche na Queen Mary University of London (set/2013-ago/2014). Mestre em Letras, na área de concentração Linguística Geral (2009-2011) pela Universidade de São Paulo. Bacharel em Letras, com habilitação em português e francês (2005-2009) pela mesma universidade. Tem experiência em gestão acadêmica, tendo sido coordenadora do curso de Letras-Licenciatura (integral) da Faculdade de Letras da UFJF (2021-2024) e vice coordenadora do mesmo curso (2017-2020). Atualmente é membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso de Letras-Licenciatura da Faculdade de Letras da UFJF. É membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFJF (conceito Capes 6) na linha de pesquisa Linguística e Cognição. É coordenadora do Núcleo de Investigações em Teoria da Gramática (InTeGra) da UFJF, líder do Grupo de Estudos em Morfologia Distribuída (GREMD) da USP e membro do Núcleo de Estudos em Aquisição da Linguagem e Psicolinguística (NEALP) da UFJF. Sua pesquisa tem como foco a descrição e análise de aspectos morfológicos das línguas naturais e suas interfaces, a partir de uma perspectiva formalista de gramática. Desenvolve também pesquisa na interface entre psicolinguística e morfologia, com interesse em questões a respeito do processamento morfológico.