Surdocegueira no contexto de uma língua de sinais familiar em Buriti dos Lopes (PI): emergência e adaptação linguística

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2025.v21n1a68669

Resumo

As línguas de sinais táteis geralmente são desenvolvidas a partir de uma língua de sinais pré-existente e presente em contextos institucionalizados. Neste artigo, exploramos a emergência de uma língua de sinais em contexto familiar em que havia três filhos surdos, sendo uma das irmãs surdocega, com o objetivo de analisar as adaptações linguísticas ocorrem na transição da língua de sinais familiar dos videntes para a forma tátil, que possibilitaria a manutenção da comunicação entre eles. Os resultados das adaptações realizadas na forma de pronomes e na datilologia na transição do sistema visual para o tátil apontam para inovações que em parte corroboram com os pressupostos presentes na literatura, mas que, por outro lado, por não se tratar de uma língua de sinais institucionalizada, permitem uma menor dependência do sistema visual e mais flexibilidade nas possibilidades de inovação gramatical.
Palavras-chave: Língua de sinais emergente. Língua de sinais tátil. Emergência linguística. Pronomes interrogativos. Datilologia.

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Biografia do Autor

Anderson Almeida-Silva, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Fiz doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (2019), sou mestre em letras pela Universidade Federal do Piauí - UFPI (2013) e especialista em Libras - pelo IFPI (2009). Sou linguista e atuo na descrição e análise de línguas de sinais utilizando abordagens formais e experimentais. Meus tópicos de interesse e pesquisa incluem: línguas de sinais emergentes, aquisição de linguagem, escrita da língua de sinais, interpretação de línguas de sinais, relação gesto x gramática. Atualmente tenho me dedicado também ao tema da negligência linguística, relacionando saúde pública, surdez e linguagem. Sou professor na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), coordeno o GEALCS (Grupo de Estudos Avançados em Linguagem, Comunicação e Saúde - UFPE) e coordeno a comissão de línguas de sinais da ABRALIN (Associação Brasileira de Linguística). Sou editor da seção de linguística da Revista Investigações (UFPE) e professor no Programa de Pós-graduação em Letras da UFPE.

Angélica Rodrigues, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1998), mestrado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (2001) e doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (2006) com estágio (Doutorado Sandwich) na Australian National University (2003-2004). Realizou estágio no exterior (pós-doutorado) na Universidade de Amsterdã entre 2017 e 2018. Entre março e julho de 2018, realizou estágio (pós-doutorado) na Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é Professora Associada, com título de Livre-Docente obtido em 2022, na Faculdade de Ciências e Letras da Unesp - Campus de Araraquara, onde atua nos níveis de graduação e pós-graduação. Tem experiência na área de Letras-Língua Portuguesa e Libras, com ênfase em Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: linguística das línguas de sinais, sociolinguística, variação e mudança linguística, gramaticalização, sintaxe e estudos descritivos de línguas de sinais (Libras). Mãe de um filho nascido em 2010, usufruiu de licença maternidade de 180 dias, instituída pela Lei 11.770 de 09 de setembro de 2008, entre novembro de 2010 e abril de 2011, e atuante na causa das Mulheres na Ciência.

Carlos Douglas Carvalho de Macêdo, Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Atualmente é professor de libras do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez-CAS, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial-SENAC e Universidade Federal do Piauí- UFPI. Fomado em Licenciatura de Letras Libras na Universidade Federal do Piauí-UFPI. Tem experiência na área de Educação, com ênfase no ensino de Libras.

Dihego Matheus da Silva Alves, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Aluno surdo do Curso de Graduação em Letras-Libras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), bolsista CNPq e atua em projetos de pesquisa relacionados com a temática de línguas de sinais de microcomunidades surdas, especificamente com a temática da surdocegueira.  Seus trabalhos mais recentes investigam o impacto dos contextos não-institucionalizados e institucionalizados  de uso das línguas de sinais na emergência da gramática. 

Maria Cecília Ferreira, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Aluna surda concluinte do Curso de Graduação em Letras-Libras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), bolsista PIBIC/UFPE e atua em projetos de pesquisa relacionados com a temática de línguas de sinais de microcomunidades surdas, especificamente com a temática da lexicografia. Seus trabalhos mais recentes investigam a possível influência dos emblemas como substrato para a emergência de línguas de sinais. 

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Publicado

2025-04-30