Com quantos fins se faz uma narrativa? Uma análise da relação da ficção com a morte

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v27i52.44432

Schlagworte:

Narrativa ficcional, Repetição, Morte

Abstract

Ficção e morte estão intimamente relacionadas, seja por meio do tema, da vida de um indivíduo que chega ao fim, seja por meio da estrutura, já que toda narrativa, para que tenha sentido, precisa de um fim. O artigo aborda essa tese partindo de uma discussão em torno da repetição na narrativa ficcional, com o objetivo de relacioná-la à pulsão de morte de Freud, até chegar ao tema da vaidade e do controle da narrativa. Para isso, ampara-se em uma discussão teórica que envolve diversos autores, como Lukács, Benjamin, Blanchot, Brooks, Paz, Frye e Girard, cujas ideias são ilustradas por meio de narrativas ficcionais de diferentes períodos, como Gilgamesh, Mil e uma noites, Júlio César, Hamlet, Moby Dick e Grande sertão: veredas.

Literaturhinweise

ANÔNIMO. The epic of Gilgamesh. Tradução de Andrew George. Nova York: Penguin Classics, 1999.

ANÔNIMO. Livro das mil e uma noites: Volume 4 – Ramo Egípcio + Aladim e Ali Babá. Tradução de Mamede Mustafa Jarouche. Rio de Janeiro: Biblioteca Azul, 2018.

BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BÍBLIA SAGRADA. Antigo Testamento e Novo Testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida, edição revista e corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1995.

BLANCHOT, M. A literatura e o direito à morte. In: BLANCHOT, M. A parte do fogo. Tradução de Ana Maria Scherer. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

BLOOM, H. Shakespeare: a invenção do humano. Tradução de José Roberto O’Shea. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.

BORGES, J. L. Outras inquisições. Tradução de Davi Arrigucci Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

BROOKS, P. Reading for the plot: design and intention in narrative. Cambridge: Harvard University Press, 1992.

FREUD, S. Além do princípio do prazer. In: Obras completas Volume 14. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

DOYLE, A. C. O caso da Caixa de papelão. In: DOYLE, A. C. Sherlock Holmes: obra completa. Volume 4. Tradução de Adailton J. Chiaradia e Myriam Ribeiro Güth. Rio de Janeiro: HarperCollins, 2016.

FISHBURN, E. Readings and Re-readings of Night 602. Variaciones Borges, p. 35-42, 2004.

FRYE, N. A imaginação educada. Tradução de Ariel Teixeira et al. Campinas: Vide Editorial, 2017.

FRYE, N. The great code: The Bible and Literature. New York: Harcourt Inc., 1982.

GIRARD, R. Mentira romântica e verdade romanesca. Tradução de Lilia Ledon da Silva. São Paulo: É Realizações, 2009.

ISER, W. O fictício e o imaginário: perspectivas de uma antropologia literária. Tradução de Johannes Kretschmer. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013.

LANDSBERG, P. L. Ensaio sobre a experiência da morte e outros ensaios. Tradução de Estela dos Santos Abreu, Eliana Aguiar, César Benjamin e Antonio Mattoso. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. PUC-Rio, 2009.

LIMA, L. C. Pensando nos trópicos: (Dispersa Demanda II). Rio de Janeiro: Rocco, 1991.

LUKÁCS, G. A teoria do romance. Tradução de José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Duas Cidades, 2000.

MARKER, C. A Free Replay (notes on Vertigo). Postif, v. 400, p. 82-85, 1994.

MELVILLE, H. Moby Dick ou A baleia. Tradução de Irene Hirsch e Alexandre Barbosa de Souza. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

OVÍDIO. Metamorfoses. Tradução de Domingos Lucas Dias. Lisboa: Vega, 2006.

PAZ, O. O arco e a lira. Tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

SHAKESPEARE, W. Hamlet. Tradução de Millôr Fernandes. Porto Alegre: L&PM, 2012.

SHAKESPEARE, W. Júlio César. Tradução de Beatriz Viêgas-Faria. Porto Alegre: L&PM, 2003.

SHAKESPEARE, W. Ricardo III. Tradução de Beatriz Viêgas-Faria. Porto Alegre: L&PM, 2007.

SHELLEY, M. Frankenstein or the modern Prometheus. San Diego: World Cloud Classics, 2013.

WRIGH, N. Biblical allusion in Melville’s prose. American Literature, v. 12, n. 2, p. 185-199, 1940.

Veröffentlicht

2023-09-27