O rap e o slam: vozes da resistência em contextos pós-coloniais
DOI:
https://doi.org/10.55702/3m.v26i49.48651Keywords:
Rap, slam, estado, poder, colonizaçãoAbstract
Este artigo analisa a importância do rap e do slam para a articulação de vozes da resistência nos estados colonizados. Para isso, parte de estudos sobre as relações entre estado e poder nas obras de Norberto Bobbio e Pierre Bourdieu, encontrando as especificidades dessas relações em países colonizados no trabalho de teóricos pós-coloniais e decoloniais como Stuart Hall, Gayatri Spivak, Grada Kilomba, Boaventura de Sousa Santos, Aníbal Quijano, Walter Mignolo e Ailton Krenak. As composições analisadas são do rapper angolano MCK e da slammer brasileira Patrícia Meira. Os resultados apontam para uma poética coletiva no rap e no slam, que conecta sujeitos negros, pobres, periféricos, imigrantes, mulheres, LGBTQIA+, em sua experiência de opressão nos diferentes contextos pós-coloniais do mundo.
References
AMARAL, Diogo Freitas do. Uma introdução à política. Lisboa: Bertrand, 2014.
ARISTÓTELES. Política. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade: por uma teoria geral da política. Tradução de Marcos Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
BOURDIEU, Pierre. Sobre o Estado. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
CAMARGOS, Roberto. Rap e política: percepções da vida social brasileira. São Paulo: Boitempo, 2015.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução de José Oliveira. Rio de Janeiro: Cabogó, 2019.
KRENAK, Ailton. Sempre estivemos em guerra. Entrevista a Ana Paula Orlandi. Goethe Institut Brasilien, 2020.
MBEMBE, Achille. África insubmissa: cristianismo, poder e Estado na sociedade pós-colonial. Luanda: Edições Mulemba, 2013.
MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. São Paulo: N-1 Edições, 2018.
MCK. Nutrição espiritual. Luanda: Masta K Produsons, 2006.
MCK. V.A.L.O.R.E.S. Luanda: Diferencial Produsons, 2018.
MIGNOLO, Walter: Histórias locais/Projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Trad. Solange Ribeiro de Oliveira. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003.
NETO, Agostinho. Sagrada esperança. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1974.
QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Tradução de Júlio César Casarin Barroso Silva. Buenos Aires: CLACSO, 2005.
PORTUGAL. Estatuto dos indígenas portugueses das províncias da Guiné, Angola e Moçambique. Decreto-Lei n.º 39.666, de 20 de Maio de 1954.
SABOTAGE. O rap é compromisso. São Paulo: Cosa Nostra Fonográfica, 2000.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Entre Próspero e Caliban: colonialismo, pós-colonialismo e interidentidade. In.: SANTOS, Boaventura de Sousa. A gramática do tempo: por uma nova cultura política. São Paulo: Cortez Editora, 2010, p. 227-276.
SANTOS, Boaventura de Sousa. O colonialismo e o século XXI. Outras palavras: Geopolítica & Guerra, São Paulo, n.p., 02 abr 2018.
SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo: Nobel, 1993.
SLAM RESISTÊNCIA [2016]. Patricia Meira chegou esses dias no rolê e já tá arrasando e levando um monte de Slam! Disponível em: <https://www.facebook.com/slamresistencia/videos/1170540129695371/>. Acesso em: 23 nov 2021.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Goulart et al. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2019.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).